A presidente Dilma Rousseff: "vamos usar todos os nossos recursos para garantir uma vacina contra o zika" (REUTERS/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 12h06.
Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff prometeu nesta sexta-feira investir recursos federais para o desenvolvimento de uma vacina contra o Zika vírus, mas ressaltou a importância de a população combater o mosquito transmissor Aedes aegypti enquanto uma vacina não estiver disponível.
"Vamos usar todos os nossos recursos para garantir uma vacina contra o Zika vírus, mas até a gente criar a vacina, produzir e distribuir nós temos de combater o vírus de qualquer jeito", disse Dilma em discurso durante cerimônia de entrega de moradias do programa Minha Casa Minha Vida em Petrolina (PE).
Segundo a presidente, que ainda nesta sexta visitará uma escola de Juazeiro (BA) para dar uma aula sobre o combate ao Aedes, "só tem um jeito, que é matar o mosquito, não deixar o mosquito nascer. Temos de combater o mosquito nas nossas casas".
Especialistas do Brasil e dos Estados Unidos estão trabalhando juntos em pesquisas para encontrar uma vacina contra o Zika vírus, que se espalhou rapidamente nas Américas desde que apareceu pela primeira vez na região em 2015.
Na semana passada, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que uma vacina pode ser desenvolvida em aproximadamente um ano, como resultado de uma parceira fechada pelo ministério com a Universidade do Texas, nos EUA.
Até o momento estão previstos investimentos brasileiros de 1,9 milhão de dólares nos próximos cinco anos na parceria com os Estados Unidos.
O Brasil, país mais afetado pelo Zika, estabeleceu no ano passado a relação entre o vírus e um surto de microcefalia em recém-nascidos na Região Nordeste do país, o que aumentou os temores em relação à doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta-feira que há evidências crescentes de ligação do Zika com a microcefalia, mas que pode levar de 4 a 6 meses para se provar essa relação.
Mais de 500 casos de microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso central já foram confirmados no Brasil, dos quais a "maior parte" está ligada à infecção pelo Zika vírus, segundo o ministério. Outros 3.935 casos suspeitos de microcefalia no país estão sendo investigados.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, cuja entidade declarou o surto de Zika uma emergência global de saúde pública, visitará o Brasil na próxima semana para se encontrar com autoridades de saúde e vítimas da doença.
Texto atualizado às 13h05.