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Dilma promete maior participação no combate ao crime

"Não podemos aceitar que o crime organizado, em vésperas de eleição, faça ameaças veladas; em alguns estados isso ocorre", destacou a presidente

Dilma: ela disse que país já tem tido experiências diferentes desde início de governos petistas (Ichiro Guerra/ Dilma 13)

Dilma: ela disse que país já tem tido experiências diferentes desde início de governos petistas (Ichiro Guerra/ Dilma 13)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2014 às 17h46.

Florianópolis - Na primeira visita que fez a Santa Catarina na campanha política deste ano, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, prometeu enviar uma Proposta de Emenda Constitucional ao Congresso para atribuir responsabilidades à União no combate à criminalidade no país, nesta sexta-feira, 17, em Florianópolis.

O estado do Sul foi sacudido há poucos dias por uma série de atentados contra ônibus e casas de policiais, que gerou uma onda de insegurança na população.

"Não podemos aceitar que o crime organizado, em vésperas de eleição, faça ameaças veladas; em alguns estados isso ocorre", destacou a presidente.

"Não podemos aceitar que governos estaduais fiquem sozinhos enfrentado um organismo que não é local, é nacional", justificou, referindo-se às facções criminosas que atuam em diversos estados e têm mobilidade para, diante da chegada de programas de segurança, se deslocar para atuar em outras áreas.

A presidente afirmou que o país já tem tido algumas experiências diferentes desde o início dos governos petistas, com Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, citando operações como a que foi montada para a Copa do Mundo e as que são desencadeadas de tempos em tempos nas fronteiras, como a Ágata e Sentinela, todas tendo como ponto comum a integração entre as forças de segurança.

"A Copa demonstrou isso, a articulação de todos, cada um com sua estrutura de comando, e centros de comando e controle", ressaltou, lembrando que esse sistema ficou nas 12 cidades sede e deve ser levado para outras 15 cidades no futuro.

"Acreditamos que também é necessário discutir o pacto federativo, mas primeiro de tudo a segurança porque esta é mais urgente".

"Dilma, eu te amo"

O ato político no Centro de Eventos Sul, na região central de Florianópolis, lotou um espaço com capacidade para 4 mil pessoas.

Militantes dos partidos que apoiam Dilma no estado, especialmente do PT e PC do B, chegaram a cantar diversas vezes "Dilma, eu te amo".

A presidente mostrou-se comovida. "Vocês tocaram meu coração e muito me conforta, de forma muito intensa, essa recepção", afirmou.

"O bom de amar é que eu amo vocês", e complementou: "a coisa mais triste é amor não correspondido".

Nos discursos, o governador reeleito Raimundo Colombo (PSD) reconheceu que em 2010 fez campanha por um adversário de Dilma, José Serra (PSDB), mas destacou que o melhor sentimento que existe é o da gratidão, passando a enumerar obras que o governo federal fez ou está tocando no estado, como duplicação de rodovias federais e sistema contra enchentes no Vale do Itajaí.

O ex-prefeito de Florianópolis Dario Berger, eleito senador neste ano pelo PMDB, usou palavras semelhantes para agradecer o apoio do governo federal para a urbanização do Maciço do Morro da Cruz, na capital catarinense.

Dilma repetiu as comparações entre o ciclo de governos petistas e o ciclo dos governos tucanos de Fernando Henrique Cardoso, afirmando que o Brasil passou a não depender mais do Fundo Monetário Internacional, passou a ter reservas internacionais, reduziu o desemprego, aumentou a oferta de ensino e fez investimentos em infraestrutura.

Ao final, disse que quer inaugurar obras como a ponte de Laguna, na duplicação da BR-101, e pediu o voto dos catarinenses para um novo mandato.

Área tucana

A viagem de Dilma a Florianópolis fez parte da tentativa de ganhar terreno em área na qual os tucanos têm vantagem. 

No primeiro turno, Aécio Neves (PSDB) conquistou em Santa Catarina sua mais expressiva vitória, com 52,89% dos votos, enquanto Dilma ficou com 30,76%.

O tucano recebeu 1.961.224 votos dos catarinenses e a petista 1.140.432.

Reeleito no primeiro turno, o governador Raimundo Colombo (PSD), aliado de Dilma, não transferiu todos os seus 1.763.735 votos, correspondentes a 51,36% do total.

O candidato do PT ao governo do Estado, Cláudio Vignatti, obteve 534.196 votos, 15,56% do total.

Além do ato de campanha, Dilma reuniu-se com lideranças políticas, pouco depois de o vice-presidente Michel Temer ter se encontrado com prefeitos do PMDB, buscando a mobilização para reverter os resultados do primeiro turno.

Baixaria na campanha

Na entrevista coletiva que deu antes de embarcar para Curitiba, Dilma foi questionada sobre a troca de acusações que tem ocorrido entre sua campanha e a de Aécio Neves, com quem disputa o segundo turno da corrida presidencial.

A presidente sustentou que não escolheu esse rumo, mas foi levada a ele pelo concorrente.

"Acredito que os debates seriam melhores se fossem propositivos", comparou.

"Eu tenho um conjunto de propostas a fazer, algumas delas existem na realidade, como, por exemplo, o Pronatec, o Fies, o Prouni, Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família e centenas de outras, que são concretas e podem ser aferidas, servem para qualquer debate", enumerou.

"Acontece que não é da mesma forma que o candidato adversário tem se comportado", acusou. "Não posso me furtar ao debate que vier, porque sou candidata, e não posso usar nenhum artifício para fugir da discussão".

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