Dilma Rousseff: Apesar de mencionar o risco de impeachment, Leahy defende que a impopularidade de Dilma não parece inteiramente merecida (REUTERS/François Lenoir)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2015 às 13h20.
Londres - O jornalista do britânico Financial Times no Brasil, Joe Leahy, assina coluna na edição impressa desta sexta-feira, 3, em que afirma que a presidente Dilma Rousseff corre o risco de sofrer impeachment.
"Com a popularidade tão baixa, Dilma está vulnerável ao impeachment particularmente se as investigações sobre a Petrobras encontrarem algo ligando ela ao problema", diz o jornalista na coluna "Global Insight". Leahy diz, porém, que a impopularidade de Dilma "não parece inteiramente merecida".
Ao relatar a forte queda de popularidade de Dilma Rousseff entre os eleitores, o jornalista diz que "a única esperança dela é que o ajuste fiscal de Joaquim Levy estabilize a fraca economia e ganhe tempo para restaurar o crescimento".
Apesar de mencionar o risco de impeachment, Leahy defende que a impopularidade de Dilma "não parece inteiramente merecida, já que outros presidentes presidiram o País em períodos piores, mas mantiveram números melhores nas pesquisas".
"A maior economia da América Latina está caminhando para uma recessão e a taxa de desemprego subiu. A 6,75% em maio, o desemprego se aproxima níveis argentinos, mas certamente não é tão mau como na Grécia ou em outros lugares no sul da Europa", diz o texto.
"Analistas brasileiros falam livremente da 'crise', mas o País não está enfrentando a turbulência que caracteriza crise. Não há nenhuma crise de balanço de pagamentos, por exemplo. O Brasil ainda tem uma das mais altas reservas cambiais do mundo", exemplifica o jornalista.
Leahy reconhece que há motivos para que eleitores estejam insatisfeitos. Ele cita que a campanha para a reeleição de Dilma Rousseff negava problemas na economia, mas, logo após a vitória, o governo começou uma reviravolta com adoção de medidas austeras.
O jornalista também cita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não tem ajudado" e lembra do cenário composto pelo escândalo de corrupção na Petrobras e por maior acesso à informação do eleitorado.
"Talvez a principal razão para os eleitores estarem tão zangados é que as expectativas eram muito elevadas", diz.