DIlma: o Brasil, disse, tem feito sua parte para enfrentar a mudança climática (Adrees Latif/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2014 às 15h29.
Nova York - A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, 24, que o País não foi consultado sobre um acordo de países europeus sobre florestas, que propõe reduzir pela metade o desmatamento até 2020 e zerá-lo na década seguinte.
"É uma declaração que foi apresentada por alguns países sobre florestas, não foi apresentada pela ONU. Por que o Brasil se recusou a assinar? Primeiro porque não nos consultaram", afirmou a dirigente. O país tem grande quantidade de florestas e a "melhor política de redução de desmatamento".
"Além de não terem nos consultado, eles propõem algo que é contra a lei brasileira. A lei permite que nós façamos o manejo florestal, muitas pessoas vivem do manejo florestal, que é o desmatamento legal, sem danos ao meio ambiente, nas beiras, principalmente nas populações tradicionais, você pode ter o manejo florestal. Contraria e se contrapõe à nossa legislação", explicou a presidente.
A apresentação da resolução foi feita ontem, durante a Cúpula do Clima nas Nações Unidas, que reuniu representantes de mais de 120 nações.
O documento recebeu o nome de "Declaração de Nova York" e foi endossado até agora por 32 países, incluindo os Estados Unidos.
China e Índia estão entre os que não apoiaram até agora, além do Brasil.
O documento, porém, ficará aberto até o final de 2015 para receber novas adesões.
Nesta quarta, em seu discurso na abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU, Dilma voltou a falar sobre clima e ressaltou que o Brasil alcançou as menores taxas de desmatamento da história em todos os quatro anos entre 2010 e 2013.
Além disso, frisou que nos últimos dez anos, o país reduziu o desmatamento em 79%, "sem renunciar ao desenvolvimento econômico nem à inclusão social."
O Brasil, disse Dilma, tem feito sua parte para enfrentar a mudança climática.