José Genoíno: seus advogados requisitaram que ele cumprisse a pena em prisão domiciliar por conta de problemas de saúde (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2013 às 07h40.
SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff manifestou nesta quarta-feira "preocupação humanitária" com a saúde do deputado federal licenciado e ex-presidente do PT José Genoino (SP), que cumpre pena em regime semiaberto pelo crime de corrupção ativa.
Esta foi a primeira vez em que a presidente se manifestou sobre o assunto depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou na sexta-feira a prisão de 12 condenados no mensalão, entre eles Genoino e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Genoino, submetido recentemente a uma cirurgia cardíaca, se entregou na sexta-feira à Polícia Federal em São Paulo para começar a cumprir parte da pena e foi transferido para Brasília no fim de semana.
"Eu sei as condições de saúde dele. Ele teve uma doença extremamente grave do coração. E sei que ele toma anticoagulante. E ao mesmo tempo é importante que eu te diga que eu tenho uma relação pessoal com a família do Genoino", afirmou Dilma em entrevista a rádios de Campinas, no interior de São Paulo.
A presidente não comentou, no entanto, o julgamento do mensalão -- esquema de compra de apoio político no Congresso durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- e a decisão do STF de decretar a prisão dos condenados, alegando respeito à Constituição e à independência dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo.
"Isso, no entanto, não me impede de fazer considerações sobre aspectos humanitários. Eu me manifestei de fato com uma grande preocupação humanitária em relação à saúde do deputado federal Genoino... Manifestei minha a preocupação com a saúde dele em carater estritamente pessoal", disse Dilma.
"Eu não me permito como presidenta da República fazer qualquer observação, análise ou avaliação sobre atos do poder judiciário, em especial, no caso, estou me referindo a decisões do Supremo Tribunal Federal. Isso não significa que eu não tenha as minhas convicções. Eu as tenho", acrescentou a presidente.
A defesa de Genoino entrou com um pedido no STF para que ele cumpra sua pena em prisão domiciliar alegando problemas de saúde, que o levaram a pedir licença da Câmara dos Deputados. Genoino foi condenado a 6 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.