A presidente Dilma Rousseff (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2011 às 21h18.
Brasília - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, informou na segunda-feira por meio da assessoria que a presidente Dilma Rousseff acionou o Ministério da Fazenda e pediu simulações para reajuste do salário mínimo e correção da tabela de Imposto de Renda.
Na próxima quarta-feira, Carvalho se reúne com as centrais sindicais para negociar um reajuste para o salário mínimo maior do que o autorizado pela medida provisória editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 540 reais. Os sindicalistas também querem a correção da tabela de Imposto de Renda pelo INPC de 2010, que fechou em 6,47 por cento.
Segundo Carvalho, a presidente ainda está "formulando uma decisão" e a negociação permanecerá aberta até a reunião com as centrais sindicais.
A presidente pode optar por um ajuste simples na medida provisória editada por Lula, apenas para atualizar o índice defasado.
Quando Lula editou a MP, o INPC ainda não estava fechado e, por isso, o salário mínimo ficou estabelecido em 540 reais. Com o INPC cheio (6,47 por cento), o salário mínimo seria de 543 reais e arredondado para 545 reais.
Contudo, há pressão de parlamentares da base aliada e dos sindicalistas para que esse valor seja maior. Deputados e senadores já apresentaram emendas à MP com valores que variam de 560 reais (emenda do deputado Eduardo Cunha) a até 600 reais (emenda proposta pela oposição).
O pedido de Dilma para a Fazenda também indica que pode haver uma solução casada, envolvendo um reajuste do mínimo acima dos 545 reais, que atende a vontade das centrais, e até uma correção da tabela do Imposto de Renda, como forma de compensar um aumento do mínimo apenas pelo INPC.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse à Reuters que no governo Lula essas simulações já tinham sido feitas, mas foram para a gaveta quando o ex-presidente bateu o martelo nos 540 reais.
"Eu não participei da reunião com a presidente, então não sei o que foi decidido. Mas ela pode querer olhar as simulações antes de decidir", comentou.
Até agora, Dilma não falou sobre o tema e não respondeu às manifestações que os sindicalistas fizeram nas últimas semanas, como o ingresso de ações judiciais para conseguir o reajuste da tabela de Imposto de Renda.