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Dilma estuda novos ministros e deve priorizar área econômica

Presidente deve priorizar escolhas para a área econômica em um esforço para melhorar a interlocução com empresários

Presidente reeleita, Dilma Rousseff, faz pronunciamento durante evento em hotel em Brasília, após o resultado da eleição (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente reeleita, Dilma Rousseff, faz pronunciamento durante evento em hotel em Brasília, após o resultado da eleição (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 16h23.

Brasília - A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) está estudando a nova composição do governo, mas não deve divulgar nomes do ministério nesta semana e deve priorizar as escolhas para a área econômica, em um esforço para melhorar a interlocução de seu governo com empresários e investidores.

No domingo, logo após o discurso da vitória de Dilma sobre o tucano Aécio Neves, auxiliares da presidente e ministros afirmaram que ela descansaria por alguns dias e, somente depois, começaria as conversas para formar o novo governo.

Isso não quer dizer que Dilma já não esteja avaliando nomes: a presidente está preocupada em dar respostas rápidas em algumas áreas como a econômica, na avaliação dessas fontes.

"A presidente tem muita consciência dos limites que nós tivemos neste governo. Nós tivemos evidentemente dificuldades na área da econômica", disse a jornalistas na noite de domingo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Carvalho é um dos que não devem prosseguir no governo após 12 anos no Palácio do Planalto, em seu caso alegando cansaço.

Indagado sobre quando a presidente começará a anunciar nomes para o segundo mandato, ele disse que Dilma deve descansar por uns dias e depois se focará na reformulação do governo.

"Vamos com calma, na primeira semana vamos descansar um pouco", disse ele. "A presidenta vai ter um tempo, naturalmente. Agora que ela vai precisar repensar a composição do novo governo, vai haver muita mudança naturalmente, porque ela já disse isso."

A equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, está com a imagem bastante desgastada perante empresários e investidores, devido ao fraco crescimento da economia, inflação perto do teto da meta e fracos resultados fiscais nos últimos anos.

Mantega também está de saída, e o mercado financeiro aguarda com ansiedade quem ocupará o seu posto, na esperança de que um novo time na Fazenda possa convencer sobre o compromisso do governo Dilma com os fundamentos macroeconômicos.

Diante de tal cenário, Dilma deve mesmo começar pelos nomes da área econômica, de acordo com uma fonte da campanha de Dilma, que falou à Reuters nesta segunda-feira sob condição de anonimato.

"Nessa área acho que em novembro já teremos as definições", disse, evitando fazer especulações sobre possíveis indicados.

A mesma fonte disse ainda que a presidente deve "seguramente ouvir o ex-presidente" Luiz Inácio Lula da Silva antes de bater o martelo nos nomes da área econômica.

No domingo, uma fonte do Palácio do Planalto disse à Reuters que Dilma já tem um desenho inicial para a área econômica, que incluiria a manutenção de Alexandre Tombini à frente do Banco Central e a nomeação de Josué Gomes para o Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), embora o convite ao empresário ainda não tenha sido feito.

No Ministério da Fazenda, Dilma estaria trabalhando neste momento, segundo essa fonte, com duas opções para substituir Guido Mantega, cuja saída da pasta já foi anunciada: o atual ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), e o ex-secretário executivo da Fazenda Nelson Barbosa.

Outros nomes também são apontados como certos para um futuro ministério de Dilma. O atual ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, por exemplo, pode inclusive permanecer na atual função, segundo duas fontes próximas à presidente.

O ex-governador da Bahia Jaques Wagner e o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto, apontado como nome ideal para substituir Carvalho, que cuida da interlocução com os movimentos sociais, são consideradas indicações certas para o primeiro escalão de Dilma, segundo as fontes.

Dilma ainda terá que comandar uma complexa negociação com os partidos aliados enquanto estiver compondo o primeiro escalão de seu segundo mandato.

O PMDB, maior partido da aliança de Dilma e que indicou o vice-presidente Michel Temer, prepara uma reunião ampliada prevista para as próximas semanas em que discutirá o espaço que pretende ocupar na Esplanada dos Ministérios.

Outros aliados já se mobilizam, como o PR.

Apesar de ainda não haver decisão alguma, nem se o partido continuará no comando do Ministério dos Transportes, a legenda já ventila nos bastidores dois nomes que poderiam substituir Paulo Sérgio Passos na pasta, disse uma outra fonte do governo.

Um deles é o do senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), suplente no Senado da ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT), e que é secretário-geral do PR.

Outro nome mencionado nos bastidores como possível ministro é o de Wellington Fagundes, eleito senador pelo PR no Mato Grosso, acrescentou a fonte.

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