Presidente brasileira Dilma Rousseff chega para conferência de imprensa com o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy (Andrea Comas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2012 às 19h17.
Madri - A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, apresentou nesta segunda-feira seu país como um destino atrativo para os investimentos espanhóis, e que ''não procura inimigos, nem ressentimentos''.
Dilma disse que o Brasil foi vítima da ''superioridade pretensiosa'' de alguns, não citado quando era um ''eterno devedor'', mas agora é um país com total segurança jurídica e que inclusive empresta dinheiro ao FMI.
Em uma conferência diante de líderes políticos e empresariais realizada no teatro Real de Madri, a governante reafirmou a necessidade de aumentar os intercâmbios comerciais entre ambos os países, que atualmente são US$ 8 bilhões, um número ''grande, mas longe do potencial existente'', disse Dilma.
A presidente afirmou que tanto o chefe do Executivo espanhol, Mariano Rajoy, como o rei Juan Carlos I, manifestaram sua disposição a ''aprofundar no diálogo e construir uma aliança efetiva'' entre Espanha e Brasil.
Como exemplo da evolução da economia brasileira, Dilma lembrou que na última década o país criou 17 milhões de empregos, e que 40 milhões de pessoas passaram da pobreza à classe média, além de o setor financeiro ser bem ''robusto''.
Com a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, Rousseff deu ênfase na necessidade de solucionar ''os problemas'' em matéria de infraestrutura e lembrou que estão em andamento importantes licitações de transporte e energia.
Bernardo Figueredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), destacou que seu governo iniciou um plano de concessões ao setor privado para infraestruturas por R$ 133 bilhões, que contempla a construção e ampliação de cerca de 7.500 quilômetros de estradas e de 10 mil quilômetros de ferrovias.
Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética ressaltou o ''potencial enorme'' do setor, especialmente no âmbito hidrelétrico, que hoje representa 78,7% da potência instalada.
Também ressaltou a aposta do Brasil na energia eólica, que gerará neste ano 1,1% da energia produzida e também é previsto que a cota aumente 5,6% em quatro anos, sem renunciar ao petróleo, já que é desejada a produção de 5,4 milhões de barris diários em dez anos, com quase a metade deles sendo exportados.
José Ignacio Sánchez Galán, presidente da Iberdrola, considerou que o modelo energético brasileiro é ''previsível e estável'', e avaliou que é baseado em ''explorar primeiro as fontes mais competitivas'', neste caso as hidroelétricas.
Sánchez Galán lembrou que o Brasil continuará sendo nos próximos anos, o segundo destino estrangeiro de seus investimentos, depois do Reino Unido, e prevê investimentos de R$ 10 bilhões.
Santiago Fernández Valbuena, presidente da Telefónica América Latina, afirmou que a mudança de sua sede operacional para São Paulo é uma demonstração da aposta de sua empresa no país.
Para a Telefônica ''a América se tornou a região que cresce mais rápido e o Brasil é o líder da região'', disse, além de confirmar que seu principal desafio no país é a banda larga.
As previsões do FMI e de analistas brasileiros coincidem em uma previsão de crescimento da economia brasileira em torno de 1,5% para 2012 e de 4% para 2013.