Presidenta Dilma Rousseff durante reunião ampliada, no Palácio de Governo, em Lima (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2013 às 22h00.
Lima - A presidente Dilma Rousseff elogiou nesta segunda-feira o sucesso da aliança estratégica que o Brasil assinou com o Peru há dez anos e destacou que "o desafio" dos países é melhorá-la por meio do fortalecimento de sua integração física e comercial.
Dilma participou em Lima, junto com o presidente peruano, Ollanta Humala, da inauguração do Fórum Empresarial Peru-Brasil, que reúne centenas de empresários dos dois países, entre eles 60 brasileiros.
O fórum é realizado com o objetivo de comemorar os dez anos da assinatura da aliança estratégica, que tem uma agenda de 24 pontos, entre os quais se destacam a integração física e econômica por meio de projetos em infraestrutura viária, energética e portuária.
A presidente se dirigiu aos participantes para ressaltar que estavam celebrando "o décimo aniversário de uma aliança que funcionou" e acrescentar que "o desafio sempre é melhorar o nível" alcançado com esse acordo.
Dilma indicou que o comércio bilateral passou de US$ 600 milhões para US$ 3 bilhões e que o Brasil se transformou no terceiro fornecedor de produtos importados para o Peru e o oitavo comprador.
Após dizer que é preciso caminhar "rumo à progressiva eliminação das barreiras tarifárias e não tarifárias", pediu o livre acesso de produtos brasileiros ao Peru, já que, segundo disse, os peruanos ingressam sem impostos ao Brasil desde 2012 por um acordo com o Mercosul.
Dilma informou, além disso, que os investimentos peruanos no Brasil se concentram nos setores bancário, de bebidas e alimentos, e que mais de 50 empresas brasileiras estão no Peru e geram cerca de 30 mil empregos diretos.
"O Brasil tem todo o interesse de fornecer e contribuir neste esforço e vê com muita expectativa que o Peru possa contribuir para nossos esforços", comentou.
A presidente também disse que o aprofundamento das relações "foi estimulado com projetos estruturais de integração", como a estrada interoceânica que une o sul do Peru com cidades brasileiras como Rio Branco, no Acre.
O presidente Humala afirmou, por sua parte, que a aliança com o Brasil permitiu a "criação de oportunidades" para os peruanos e elogiou "a nova mentalidade de um empresário moderno, eficiente, com visão social".
"Estamos competindo, mas não com o Brasil, com blocos muito grandes como a Ásia", declarou antes de assinalar que os dois países devem buscar o acesso a outros grandes mercados, como o da África.
"Queremos que haja uma visão compartilhada, recíproca, que se abram os mercados tanto para os capitais peruanos, como os brasileiros", concluiu.