Dilma Rousseff: programa da petista voltou a bater na adversária do PSB, Marina Silva (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 15h23.
São Paulo - Cerca da metade do programa do horário eleitoral gratuito da presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, exibido na tarde desta quinta-feira, 11, foi dedicado a exaltar o combate à corrupção promovido pelos 12 anos de gestão do PT à frente do governo federal.
A candidata, vestida de terninho azul, com fundo de vegetação ao ar livre, apareceu falando das "medidas concretas" implementadas para combater os desvios, que alegou serem muito diferentes das "palavras vazias" dos adversários.
Na defesa da gestão de seu partido na Presidência, Dilma citou a melhoria das condições para o trabalho da Polícia Federal, o status de ministério dado à Controladoria Geral da União (CGU), além da nomeação recorrente dos primeiros da lista do Ministério Público para o cargo de Procurador Geral da República.
Sem mencionar diretamente o governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, o narrador do programa apareceu lembrando que em governos passados o procurador ficou conhecido como "engavetador geral da República".
Dilma também usou um bordão que vem sido repetido pela adversária Marina Silva para falar da investigação de suspeitas de corrupção.
"A gente não tem de ter medo de ir fundo, porque a verdade liberta." E lembrou uma das máximas de Fernando Collor de Mello: "doa a quem doer", para reforçar que sua administração não empurra os escândalos para debaixo do tapete.
Além da defesa de seu governo, o programa da petista voltou a bater na adversária do PSB, Marina Silva, principalmente pela sua proposta de autonomia do Banco Central.
"A autonomia do Banco Central vai entregar a gestão da autoridade monetária aos banqueiros e prejudicar a população", foi a mensagem que a campanha de Dilma procurou passar.
Como pano de fundo, foi exibida em imagens de fundo escuro, uma família sentada à mesa, com ares de preocupação e sem comida no prato, mesclando com imagens de supostos banqueiros do mercado financeiro reunidos.
O programa do PT listou ainda as ações do governo Dilma, como o Mais Médicos, o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec. Com o slogan "A mudança só começou", o programa mostrou realizações na área de transporte e segurança, repetindo o jingle: "Onde está bom vai continuar, onde não está vai mudar."
O programa de Marina Silva (PSB) ficou novamente na defensiva, procurando dar respostas aos ataques dos adversários.
Com menos tempo que os candidatos do PT e do PSDB, de cerca de dois minutos, Marina apareceu rebatendo a acusações de que acabaria com programas sociais ou com a exploração do pré-sal.
Depois de o narrador abrir dizendo que o "diálogo de Marina é com o povo", a candidata surgiu, usando um terninho branco, com gola amarela, dando respostas concisas a dúvidas dos eleitores.
Garantiu que o Bolsa Família vai continuar, disse que os recursos do pré-sal vão garantir investimentos em saúde e em educação, sem desvios para corrupção - em uma alfinetada ao governo petista, e defendeu também a autonomia do Banco Central, que é outra pauta de ataque levantada pela campanha de Dilma.
"A autonomia do Banco Central será para nomear técnicos competentes que irão trabalhar sem a interferência de políticos preocupados com a próxima eleição", afirmou a candidata do PSB.
Sobrou um espaço menor para a fala mais propositiva de Marina. Ela falou, rapidamente no final, de antecipar as metas do plano decenal de educação.
Como parte da estratégia de associar o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, aos correligionários mais bem pontuados nas pesquisas de intenção de voto nas disputas regionais, o programa do tucano trouxe o governador de São Paulo e candidato à reeleição pelo PSDB, Geraldo Alckmin.
"Aécio vai atuar na batalha da segurança pública, Aécio tem este compromisso e esta é uma das razões para eu pedir voto em Aécio para presidente", disse o governador tucano, que lidera as pesquisas em São Paulo para o Palácio dos Bandeirantes.
O programa de Aécio abriu com críticas aos escândalos da Petrobras e com a alta da inflação. "Me acusaram de pessimista quando disse que a inflação iria voltar, agora temos recessão.
Quando denunciei os desmandos da Petrobras, disseram que eu queria denegrir a imagem da empresa", argumentou, destacando que as denúncias do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa mostraram que uma verdadeira quadrilha tomou conta da maior estatal brasileira.
"O Brasil não merece o que está acontecendo, quero ser presidente da República para fazer um governo honrado e qualificado, para gerar otimismo no brasileiro, quero tirar a Petrobras da política e fazer o País voltar a crescer."
Além de Alckmin, o programa de Aécio trouxe também outros correligionários pedindo votos para a sua candidatura.
Participaram os candidatos ao Senado pelo PSDB de São Paulo, do Ceará, Minas Gerais e Paraná, respectivamente, José Serra, Tasso Jereissati, Antonio Anastasia e Alvaro Dias, o candidato do PSDB ao governo de Goiás, Marconi Perillo, os prefeitos de Manaus e de Salvador, Arthur Virgílio (PSDB) e ACM Neto (DEM), o governador do Paraná e candidato à reeleição pelo PSDB, Beto Richa, e o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso.
No programa do presidenciável tucano foram mostradas suas ações à frente do governo de Minas Gerais.
E, no final, foram exibidas as fotos das adversárias Dilma e Marina, lado a lado, com o locutor dizendo que as duas foram contra o Plano Real e contra a Lei de Responsabilidade Fiscal que proíbe governantes gastarem mais do que arrecadam e que durante o escândalo do mensalão elas estavam juntas no governo do PT.
"Com tanta coisa em comum, difícil imaginar um governo diferente com qualquer uma delas", atacou o programa do PSDB.