Brasil

Dilma e Lula mantêm distância do 2º turno em Curitiba

Ambos candidatos à prefeitura da capital, Gustavo Fruet (PDT) e Ratinho Junior (PSC), enaltecem em entrevistas as relações com o Planalto


	Lula e Dilma: embora sejam aliados do Planalto, Ratinho e Fruet usam de forma discreta a imagem de Lula e Dilma nas campanhas
 (Roberto Stuckert Filho/Instituto Lula)

Lula e Dilma: embora sejam aliados do Planalto, Ratinho e Fruet usam de forma discreta a imagem de Lula e Dilma nas campanhas (Roberto Stuckert Filho/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 18h54.

Curitiba - Estrelas nos palanques de aliados no Sudeste, Norte e Nordeste, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram "convidados" a ficar longe do segundo turno em Curitiba. Os candidatos à prefeitura da capital Gustavo Fruet (PDT) e Ratinho Junior (PSC) enaltecem em entrevistas as relações com o Planalto, não querem ver Lula e Dilma na propaganda adversária e enfatizam nos discursos o escândalo do mensalão, que atingiu o governo petista.

O candidato do PSC, filho do apresentador de TV Ratinho, participou nesta terça-feira de um almoço com professores da rede pública em um bairro da periferia. Em entrevista após o evento, ele reclamou que, ao contrário de Dilma e Lula, o casal de ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), tutores da candidatura de Fruet, não mantém a neutralidade e usa a influência para "bancar" a eleição do pedetista, um antigo adversário do PT. "A candidatura do Gustavo Fruet é tão ilegítima que o Lula e a Dilma não aceitam participar", afirmou. "Sempre apoiei a Dilma e o Lula. Já ele (Fruet) dizia que a Dilma era incompetente e atacava o Lula."

No começo da semana, Ratinho divulgou mensagem do ex-ministro José Dirceu, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento no mensalão, exaltando o primeiro lugar de Fruet nas pesquisas. Por sua vez, Fruet disse em entrevista à rádio CBN, na tarde desta terça, que a política não suportava mais "esperteza" igual a dos envolvidos no mensalão. Fruet ainda negou que tenha feito uma aliança no bastidor para apoiar Gleisi na disputa pelo governo do Estado em 2014. "Ele (Ratinho) tenta nacionalizar a eleição e achar contradições de minha parte", disse Fruet à CBN.


Embora sejam aliados do Planalto, Ratinho e Fruet usam de forma discreta a imagem de Lula e Dilma nas campanhas. Com as estrelas nacionais do PT fora do segundo turno na cidade, o casal Gleisi e Paulo Bernardo concentra as atenções. Os dois ministros devem participar de eventos no final de semana ao lado de Fruet. Ratinho disse não ver com preocupação a chegada deles a Curitiba. "Eles estão na propaganda da TV desde o início do primeiro turno", afirmou.

Desde o início da semana, os dois candidatos fazem ataques mútuos sobre alianças feitas no segundo turno pelo adversário. Ratinho disse num debate de TV na noite de segunda-feira (22) que Fruet não terá condições de abrir a "caixa preta" do sistema de transporte coletivo porque fez uma aliança com o deputado estadual Osmar Bertoldi (DEM), ligado aos empresários do setor. Já Fruet ressaltou, no mesmo debate, que Ratinho já teria indicado o polêmico deputado federal Fernando Franceschini (PSDB) secretário de segurança pública.

Na reta final de campanha, os dois candidatos tentam atrair os eleitores dos derrotados no primeiro turno, especialmente os do prefeito Luciano Ducci (PSB), que não conseguiu se reeleger. A tentativa de atrair os eleitores de Ducci, apadrinhado do governador Beto Richa (PSDB), é feita com malabarismo. Ratinho e Fruet usam boa parte dos discursos para apresentar propostas na área da saúde, a mais criticada da gestão de Ducci. Os candidatos negam qualquer aliança formal com Ducci e Richa.

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