Dilma Roussef e o ex-presidente Lula fazem carreata em São Bernardo do Campo (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2014 às 16h39.
São Bernardo do Campo - A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que a diferença dela com Marina Silva (PSB) e os outros candidatos é que o projeto do PT coloca as pessoas, e por isso o emprego, no centro da preocupação.
Em comício ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Bernardo do Campo, onde os dois realizaram uma caminhada por ruas da cidade, Dilma criticou diretamente a ex-ministra, com quem apareceu empatada em pesquisa Datafolha, na semana passada, com 34 por cento das intenções de voto.
"O que que nos separa, nos distingue, dos nossos adversários, tanto da Marina quanto dos demais adversários, é que nós colocamos no centro das nossas preocupações as pessoas... e quando se coloca as pessoas no centro das preocupações a questão do emprego passa a ser uma questão muito importante", disse Dilma em discurso.
"E o que que a gente tem visto? A gente tem visto que eles preferem propor medidas de arrocho salarial e medidas que vão levar necessariamente ao desemprego. Não dão a menor importância, por exemplo, a uma coisa que para o Brasil é estratégica: garantir dinheiro para educação e para a saúde. Se a pessoa não te explicar como, ela está te enganando", acrescentou.
Dilma tem direcionado os ataques da campanha à Marina após o crescimento nas pesquisas da candidata do PSB, que tirou Aécio Neves (PSDB) do segundo lugar no primeiro turno e aparece ganhando de Dilma em um eventual segundo turno da eleição de outubro.
A presidente já havia acusado Marina, mais cedo nesta terça-feira, de propor o fim da política industrial do país em seu programa de governo, lançado na semana passada e que diz ser preciso revisar todos os casos de proteção à indústria nacional.
O programa de governo de Marina também defende o fortalecimento do tripé macroeconômico (meta de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal) e uma menor presença do Estado na economia.
Dilma ainda voltou a afirmar que a política de seu governo para enfrentar a crise econômica internacional jamais será de "colocar a conta nas costas do povo", como acontecia em governos anteriores à chegada do PT ao governo com Lula em 2003, de acordo com a presidente.
"Nós não deixaremos que isso aconteça, por isso nós não somos a favor de aumentar o preço da gasolina, não somos a favor de aumentar mais impostos, e sobretudo, lutaremos de unhas e dentes para impedir que façam do desemprego e da diminuição dos salários armas de combater a crise", afirmou.