Dilma Rousseff: sinalização esperada pelo governo é sobre nomes citados nas delações premiadas de presos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 11h25.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse hoje (22) que vai anunciar os novos ministros de seu governo até o próximo dia 29 e antecipou que fará consultas ao Ministério Público antes de decidir. “Eu consultarei o MP mais uma vez. Para qualquer pessoa que for indicar eu consultarei”, afirmou
A sinalização esperada pelo governo é sobre nomes citados nas delações premiadas de presos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga irregularidades em negócios da Petrobras.
Durante um café da manhã com jornalistas, Dilma lembrou que tem pedido informações ao órgão, mas completou: “Eu só quero que me diga sim ou não. Não quero saber o que eles não podem me dizer”.
Ainda em relação às denúncias envolvendo a estatal, ela afirmou que vai anunciar, depois dos ministros empossados, o segundo escalão do governo que envolve diretorias de bancos e instâncias consultivas, como o Conselho de Administração da Petrobras.
“Até por consideração com o novo ministro. Sem ter nomeado o ministro de Minas e Energia, como eu indico um conselho que é subordinado a ele?”, explicou.
Dilma voltou a afirmar que não pretende trocar a presidente da Petrobras, Graça Foster e reafirmou a confiança na atual dirigente da estatal. “Tem que ter prova apresentada sobre qualquer conduta da presidente. Eu conheço a Graça Foster, sei da sua seriedade e lisura. É importante saber qual é a prova. Não vejo nenhum indício de irregularidade na diretoria da Petrobras”, afirmou.
A presidente defendeu ainda que as investigações continuem, mas classificou como “simplista” as suspeitas de que Graça Foster sabia das irregularidades por ocupar o maior cargo da empresa.
A mesma expressão que usou para as críticas às indicações políticas de alguns cargos. “Eu não vou demonizar indicações políticas. É de um simplismo grotesco. O problema do Brasil não é se são políticos ou técnicos. Ninguém está acima do bem e do mal”, avaliou.
Dilma disse que foram “absurdos os volumes de dinheiro de alguns funcionários. Acho que as pessoas que participam de irregularidades tem que ser punidas”, disse.