Dilma Rousseff recebe o presidente do Senado, Renan Calheiros: a presidente Dilma Rousseff decidiu convocar uma reunião para a manhã desta quinta-feira, 13, para discutir ponto a ponto a lista de 27 propostas legislativas (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2015 às 13h22.
Brasília - Enfrentando a maior crise política do seu governo, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, 11, que o Palácio do Planalto olha com "grande interesse" o conjunto de propostas apresentada pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), para retomar o crescimento da economia.
Na avaliação de Dilma, a postura de Renan demonstra uma "disposição para o Brasil sair das suas dificuldades o mais rápido possível".
"Olha, muitas das propostas do presidente Renan coincidem plenamente com as nossas, são propostas muito bem-vindas, eu queria até dizer que, para nós, é a melhor relação possível do Executivo com o Legislativo. Então, olhamos essas 27 propostas com grande interesse e valorizamos muito a presença delas", disse a presidente a jornalistas, depois de participar de solenidade no Palácio do Planalto de lançamento do programa de investimento em energia elétrica.
"Essa (a postura de Renan), sim, é a agenda positiva para o País. Mostra por parte do Senado uma disposição de contribuir para o Brasil sair das suas dificuldades o mais rápido possível", completou Dilma.
O pacote de propostas foi entregue nesta segunda-feira, 10, por Renan, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), aos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Edinho Silva (Comunicação Social) e Eduardo Braga (Minas e Energia).
A presidente Dilma Rousseff decidiu convocar uma reunião para a manhã desta quinta-feira, 13, para discutir ponto a ponto a lista de 27 propostas legislativas, que são divididas em três eixos: melhoria da proteção social, do equilíbrio fiscal e do ambiente de negócios.
O Palácio do Planalto acredita que a iniciativa de Renan Calheiros pode ajudar o governo a emplacar uma "agenda positiva" pós-ajuste fiscal e desviar os focos das ameaças de impeachment.
Também serve de contraponto à série de retaliações promovidas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que anunciou um rompimento com o governo três semanas atrás, em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Em jantar na noite desta segunda-feira, 10, no Palácio da Alvorada, a presidente recebeu 43 senadores e líderes da base do Senado e 21 ministros.
Na ocasião, Dilma pediu ajuda dos senadores para desarmar bombas fiscais e aprovar matérias de interesse do governo. O Planalto acredita que o perfil dos senadores - mais velhos, experientes e, em muitos casos, ex-governadores - os torna mais sensíveis ao impacto de questões fiscais.