Dilma Rousseff e o vice Michel Temer: integrantes do PMDB ameaçaram promover uma rebelião caso a presidente nao atende os pedidos do partido (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 10h22.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff pediu nesta quarta-feira, 15, ao vice-presidente Michel Temer e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que acalmem o PMDB, pois ainda não tomou qualquer decisão quanto à reforma ministerial.
Ela disse a ambos que só terá uma definição sobre o ministério depois do dia 29. Com isso, sinalizou um possível recuo quanto à posição de não dar nenhuma nova pasta ao partido.
A conversa precedeu o encontro da cúpula do PMDB, no qual o partido iria discutir o sinal que Dilma deu na segunda-feira, 13, a Temer de que a sigla não ganharia nenhum novo ministério na reforma. Integrantes do partido ameaçaram promover uma rebelião.
Mas ao chegar para o encontro no Palácio Jaburu - residência oficial da Vice-Presidência -, o presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que o partido "não está colocando a faca no pescoço" de Dilma nas discussões sobre a ampliação do espaço da sigla na reforma ministerial.
"O PMDB não está colocando a faca no pescoço da presidente neste momento em que o Brasil precisa de unidade, não de crise política." O senador peemedebista ressaltou que a decisão sobre a reforma é de Dilma, mas o partido tem tamanho para aumentar sua participação na Esplanada.
Dilma quer acelerar a reforma ministerial e, após a conversa considerada "difícil" com Temer na segunda-feira, começou a fazer a triagem no PT. Para a vaga do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a presidente pretende escalar o empresário Josué Gomes da Silva, da Coteminas.
Filho do ex-vice-presidente José Alencar, morto em 2011, Josué se filiou recentemente ao PMDB. É também considerado uma espécie de "curinga" para a eleição em Minas, na chapa de Pimentel.
O PMDB, porém, já avisou que a eventual nomeação de Josué será contabilizada na cota pessoal de Dilma, e não na do partido, que hoje controla cinco ministérios (Minas e Energia, Previdência, Agricultura, Aviação Civil e Turismo).
A mudança abriria caminho para o Ministério do Turismo, comandado pelo PMDB, ser oferecido ao PTB. Antes da reunião no Jaburu, Temer e Renan conversaram a sós com Dilma. O presidente do Senado avisou que a situação estava "muito tensa" porque o partido se sentia "desprestigiado".
Após a reunião, Raupp reiterou que o clima no partido melhorou em relação ao governo. "Não vamos pressionar a presidente Dilma", afirmou. "O tempo da reforma ministerial é dela."
Saúde
Distante da solução "caseira" nas trocas do primeiro escalão, o secretário da Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro (PT), passou a ser o favorito para a cadeira do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deixará o cargo em fevereiro para concorrer ao governo de São Paulo.
Dilma conversou nesta terça-feira, 14, sobre o assunto com o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, chamado às pressas ao Palácio do Planalto. Aprovada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a indicação está sob análise da presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.