Dilma: programa vai sofrer algumas mudanças devido ao ajuste fiscal (Mateus Pereira/GOVBA)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2015 às 13h19.
Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira que a terceira etapa do programa habitacional Minha Casa Minha Vida vai começar "com cuidado", mas garantiu não existir hipótese de não seguir em frente apesar dos cortes de gastos do governo.
Em cerimônia de entrega de unidades do programa em Presidente Prudente (SP), Dilma disse que residências da nova fase serão entregues depois de 2018, assim como ainda hoje há casas a serem entregues de fases passadas que ainda estão em construção.
"Vivemos um momento de dificuldades... Vamos começar o Minha Casa Minha Vida 3 com cuidado, mas vamos começar. Não vai haver hipótese da gente não continuar", disse a presidente em discurso a plateia formada por moradores dos novos prédios.
"Todo o esforço que estamos fazendo para cortar as despesas do governo é para que o Minha Casa Minha Vida 3 possa ser contratado e ser entregue. Que ele vai ser entregue para além de 2018 não tenho dúvida, assim como nós hoje ainda temos 1,5 milhão de casas para entregar, porque elas ainda estão sendo construídas.
Depois vai acontecer a mesma coisa." O governo anunciou na semana passada que a medida provisória que trata da terceira fase do MCMV será encaminhada ao Congresso nas próximas semanas.
O programa vai sofrer algumas mudanças devido ao ajuste fiscal, com redução de gastos e direcionamento de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o pagamento de parte das despesas da Faixa 1 do programa.
A presidente voltou a defender a política econômica do governo, dizendo que dois caminhos estão sendo perseguidos: combater a inflação e ajustar as contas e continuar assegurando programas sociais e investimento.
"Como qualquer família, nós queremos equilibrar o nosso Orçamento. Queremos diminuir o desequilíbrio e ainda por cima fazer uma pequena, pequeninha, poupança para o ano que vem", afirmou, fazendo referência à meta de superávit primário correspondente a 0,7 por cento do PIB para 2016.
No discurso em Presidente Prudente, Dilma também rebateu os que defendem sua saída do cargo, afirmando que "qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, principalmente quando esse caminho é feito só de atalhos questionáveis".
A presidente, que enfrenta pedidos de impeachment no Congresso, havia dito mais cedo, em entrevista a uma rádio, que tentativas da oposição de usar a crise para chegar ao poder são uma "versão moderna" de golpe.