Dilma Rousseff: "Não falta e não faltará o equilíbrio fiscal", disse a presidente (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 18h01.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff orientou nesta segunda-feira, 21, os novos ministros da equipe econômica Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento) a atuar para retomar o crescimento do país sem "guinadas" bruscas.
Em discurso de posse dos ministros no Palácio do Planalto, a presidente destacou que é preciso restabelecer o ambiente de confiança para atrair investimento no Brasil.
"Três orientações imediatas eu levo aos ministros da área econômica: trabalhar com metas realistas e factíveis para construir credibilidade; atuar para estabilizar e reduzir consistentemente a dívida pública; e fazer o que for preciso para retomar crescimento sem guinadas e sem mudanças bruscas, atuando dentro do ambiente, de estabilidade e de previsibilidade", enumerou a presidente, no pronunciamento de 15 minutos.
Em vários momentos do discurso, Dilma destacou que o governo tem se esforçado para manter o equilíbrio fiscal. Frisou que foi feito um "extraordinário" ajuste.
"Não falta e não faltará o equilíbrio fiscal", disse. Mas, lançando o mote para a nova gestão, destacou que a nova política econômica deve ter duas vertentes, o equilíbrio e o crescimento.
Em sua fala, Dilma defendeu a simplificação do sistema tributário para que as empresas não tenham medo de crescer. Ela disse que as reformas do PIS/Cofins e do ICMS podem destravar os investimentos e afirmou que o governo tem trabalhado constantemente nas concessões, aprimorando os marcos regulatórios.
A presidente destacou que duas atitudes são essenciais, a flexibilidade e a previsibilidade, a fim de construir um ambiente "amigável" para os investimentos. Ela citou ainda que houve avanços para a retomada do crescimento e do investimento privado.
A presidente disse que em 2015 o governo perseguiu uma estratégia de estabilização fiscal com metas realistas e transparentes. Mas disse ser preciso ir além de cortar gastos e cobrou ser necessário reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Destacou que ainda há tarefas "importantíssimas" para arrumar as contas públicas, pedindo a "cooperação" do Congresso para aprovar a DRU e o retorno da CPMF.
Em linha com as declarações iniciais de Nelson Barbosa, Dilma afirmou ser preciso aprovar reformas como a da Previdência. E disse que continuará dialogando com o Congresso para aprovar as medidas necessárias.
Ao final do discurso, Dilma disse que não faltará apoio aos novos ministros e frisou ter "plena confiança" no trabalho deles. Disse também que um sucesso da equipe econômica será uma vitória do Brasil e do povo brasileiro.
A cerimônia da equipe econômica foi esvaziada dos principais atores políticos do PMDB.
Os presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o vice-presidente Michel Temer, em rota de colisão com Dilma, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tido como aliado pelo Planalto, não compareceram.
Participaram da cerimônia Alexandre Abreu, presidente do Banco do Brasil, Miriam Belchior, da Caixa Econômica Federal, Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Roberto Setubal, do Itaú, Persio Arida, do BTG, e Murilo Portugal, da Febraban.
Os governadores do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), também estiveram presentes. De destaque do Legislativo, apenas o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).