Presidente Dilma Rousseff reage durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social no Palácio do Itamaraty, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2013 às 16h59.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff deve conversar entre esta terça-feira e a quarta com o presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre o caso de senador boliviano que foi retirado da embaixada brasileira no país sem salvo-conduto com a ajuda de um diplomata brasileiro, afirmou uma fonte do governo.
O episódio, que ocorreu sem a anuência do governo brasileiro e teve a responsabilidade assumida pelo diplomata Eduardo Saboia, foi um dos fatores que levaram à saída do embaixador Antonio Patriota do comando do Ministério das Relações Exteriores na segunda-feira.
O senador boliviano Roger Pinto, que recebeu asilo do governo brasileiro e estava refugiado na embaixada brasileira há cerca de 450 dias, deixou a Bolívia na sexta-feira a bordo de um carro da embaixada brasileira, que percorreu 1.500 quilômetros até cruzar a fronteira, sem o conhecimento das autoridades bolivianas.
A fuga do senador com o apoio de Saboia, encarregado de negócios da embaixada do Brasil em La Paz, foi a gota d'água para a saída de Patriota, cuja atuação já não agradava a presidente.
Segundo a fonte, que falou sob a condição de não ter seu nome revelado, Dilma considerava que o ex-ministro não defendia as posições do país com a firmeza necessária.
Por isso mesmo, a presidente escolheu o representante brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU), Luiz Alberto Figueiredo Machado, para assumir o Itamaraty. Ainda de acordo com essa fonte, Machado saberia "comprar uma briga" quando for essa a orientação do governo.
Machado deve tomar posse até a quinta-feira e já participa como titular da pasta da reunião da Unasul, que ocorrerá na sexta-feira, no Suriname.