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Dilma descarta reforma ministerial logo que voltar do G20

Presidente afirmou que as trocas no ministério serão realizadas por partes

Presidente Dilma Rousseff durante encontro com o Emir do Catar, Xeque Tamim bin Hamad Al Thani (Roberto Stuckert Filho/PR)

Presidente Dilma Rousseff durante encontro com o Emir do Catar, Xeque Tamim bin Hamad Al Thani (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 17h51.

Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff descartou nesta quarta-feira realizar uma reforma ministerial na semana que vem assim que voltar da viagem para a cúpula do G20 na Austrália, afirmando que as trocas no ministério serão realizadas por partes.

"Não estabeleci nenhum prazo, não vou fazer a reforma imediatamente, vou fazer por partes", disse Dilma em entrevista coletiva no Catar, onde fez uma visita oficial durante escala da viagem para a Austrália.

"Não tem reforma ministerial na terça-feira quando eu voltar, nem pensar. Não dá nem tempo", acrescentou Dilma, negando especulações que teriam partido do Palácio do Planalto dando conta que a presidente teria estabelecido prazo até terça para os ministros entregarem cartas colocando seus cargos à disposição.

"O Palácio, companheiro, não fala. Até onde eu sei, o Palácio é integrado por paredes mudas. Só fala sobre reforma ministerial essa modesta que vos fala aqui", acrescentou.

Dilma disse na semana passada que só escolheria o nome do novo ministro da Fazenda depois da reunião de cúpula do G20, que ocorre de 15 a 16 de novembro.

A declaração foi vista como uma indicação de que Dilma poderia anunciar trocas no ministério logo após voltar da Austrália.

A presidente, reeleita para um novo mandato, anunciou durante a campanha que o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, não participará do novo governo.

"Nem Déficit, Nem Superávit"

Ao ser perguntada se considerava um fracasso da política fiscal o envio na véspera pelo governo de proposta ao Congresso Nacional para ampliar os descontos para o cálculo da meta do superávit primário, a presidente usou a comparação com países do G20 para dizer que o Brasil está numa situação "um pouco melhor".

"Dos 20 países do G-20, que são as 20 maiores economias do mundo, 17 hoje estão numa situação de não cumprir, de ter déficit fiscal. Nós estamos ali no zero. Nós não temos nem déficit, nem superávit", disse a presidente.

"A nossa situação, se você olhar nos fundamentos, ela é uma das, uma situação bastante diferenciada no que se refere aos demais países. Nenhum deles está cumprindo o superávit primário. Nenhum dos 17", acrescentou.

No Catar, Dilma afirmou ainda que não foi surpreendida pela carta de demissão entregue na terça-feira pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, e acrescentou que foi informada pessoalmente por ela sobre o teor da carta antes de viajar para o exterior.

Em sua carta formalizando a demissão, Marta disse esperar que Dilma escolha uma equipe econômica independente. "É a opinião dela, acho que ela externou a opinião dela", disse Dilma.

Após a visita ao Catar, Dilma ainda fará uma escala em Cingapura antes de finalmente chegar à Austrália para a cúpula do G20. Segundo a presidente, a questão da geração de empregos será um dos temas dominantes do encontro entre as 20 maiores economias do mundo.

"O G20 é sobre o fato de que o mundo ainda está numa situação bastante difícil, enfrentando vários problemas, principalmente desemprego, altíssimas taxas de desemprego, perda grande de renda e, em vários países, até tendências deflacionárias", disse.

"O foco muito forte vai ser sobre emprego."

Questionada na entrevista sobre a informação divulgada pelo jornal norte-americano Financial Times de que a Petrobras estaria sendo investigada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos e pela Securities and Exchange Comission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, por conta de denúncias de corrupção na estatal, Dilma disse que considera as ações normais.

"Isso faz parte das regras do jogo. Empresas cotadas na bolsa de Nova York têm de prestar contas segundo as regras da bolsa de Nova York, que não são muito diferentes das brasileiras. Além disso, os EUA têm de investigar se tem cidadãos americanos envolvidos em alguma irregularidade", afirmou.

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