Dilma Rousseff comparece a cerimônia em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h19.
Brasília - Após empossar o ministro Aldo Rebelo no Ministério do Esporte, em substituição ao ministro Orlando Silva, que deixou a pasta acusado de envolvimento em irregularidades em convênios com ONGs, a presidente Dilma Roussef reconheceu, em seu discurso que "esta cerimônia não estava nos meus planos e nem nos planos do governo" e fez questão de defender o ministro que estava saindo.
"Orlando Silva não perde meu respeito", declarou a presidente no discurso, ao lembrar que ele fez um "excepcional trabalho na liderança do Ministério do Esporte", do qual ela foi testemunha. "Ele ganha plena liberdade para restituir a verdade e preservar, assim, a sua biografia", acentuou Dilma, ao comentar que ele saiu para se defender e desejando-lhe "muito sucesso em sua cruzada pela verdade".
Em seguida, Dilma fez elogios ao PCdoB. "Perco um colaborador, mas preservo o apoio de um partido cuja presença no meu governo considero fundamental", declarou Dilma, que passou a falar da bem-sucedida trajetória política de Aldo Rebelo, a quem, erroneamente, chamou de Aldo Rabelo.
"Experiente, sério, qualificado, líder reconhecido e sem sombra de dúvida reconhecido como defensor corajoso de opiniões fortes dos interesses nacionais, e cidadão respeitado por seus pares, independente do partido", enumerou Dilma.
"Estou certa que como novo ministro do Esporte, saberá empreender, realizar e, quando for o caso, negociar busca de soluções em que todos ganhem, principalmente e especialmente o Brasil e o povo brasileiro", comentou a presidente, reiterando, subliminarmente, o recado que já havia dado à Fifa de que as leis brasileiras, como a meia-entrada para idosos, terão de ser respeitadas na Copa do Mundo de 2014.
Segundo a presidente, Aldo Rebelo "tem plenas condições de dar continuidade política do ministério e estabelecer desde logo relações claras com todos os entes envolvidos com a preparação da Copa e Jogos Olímpicos", "sem que a ninguém seja imposto abdicar de princípios e de direitos legais e vigor no País".
A plateia era eclética e reunia desde Pelé, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, governadores como Eduardo Campos, de Pernambuco, e Teotônio Vilela, de Alagoas, do PSDB, mas que é do Estado de Aldo Rebelo. Em sua fala, a presidente recorreu a metáforas com o futebol, tradicionalmente usadas por Lula.
"Como ministro, eu tenho certeza que o ministro Aldo será um titular, um titular em nosso time", disse Dilma. E encerrou seu discurso afirmando que: "Hoje, colocamos a bola no chão. Reiniciamos o jogo e vamos para o ataque, por um Brasil mais justo e mais desenvolvido, esta será a vitória de todos nós".
Antes de fazer inúmeros elogios a Orlando Silva, a presidente fez questão de dizer que "as pessoas podem nos deixar e mudanças podem ocorrer". Mas, avisou, "as políticas e as linhas de ação do governo terão de ser preservadas".