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Dilma defende novas eleições e afirma que pode apelar ao STF

Segundo a presidente afastada, uma eleição indireta "representa um retrocesso em relação a práticas que o país superou após a ditadura"


	Dilma: "Defendo que, nesse caso, o único pacto possível seja tecido com todos os brasileiros"
 (Reuters)

Dilma: "Defendo que, nesse caso, o único pacto possível seja tecido com todos os brasileiros" (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2016 às 17h21.

Brasília - A presidente afastada Dilma Rousseff reforçou nesta segunda-feira diante do Senado que, se tiver seu mandato cassado, deveriam ser convocadas novas eleições para devolver ao país um "governo legítimo".

Na sessão convocada para a apresentação de suas alegações finais perante o plenário do Senado, constituído em tribunal, Dilma insistiu que se for retirada do poder "se terá presenciado uma eleição indireta", nas quais os 81 senadores "substituem os 110 milhões de eleitores".

O julgamento político se aproxima de seu final e o Senado deverá tomar uma decisão definitiva sobre a eventual cassação da presidente nesta própria terça-feira ou no mais tardar amanhã, segundo as previsões da própria câmara legislativa.

"Acredito sinceramente que, se houver uma decisão que autorize minha destituição sem que se tenha comprovado um crime, estaremos diante de um golpe de Estado e também de uma eleição indireta", disse Dilma na fase de perguntas dos senadores.

Segundo a presidente afastada, uma eleição indireta "representa um retrocesso em relação a práticas que o país superou após a ditadura" e representaria "um pacto político" sem o "consentimento" da população.

"Defendo que, nesse caso, o único pacto possível seja tecido com todos os brasileiros, que devem ser chamados a posicionar-se sobre uma eleição direta antecipada e uma reforma política", completou.

Dilma reiterou assim uma proposta que apresentou há 15 dias, quando se comprometeu a promover, se for absolvida e recuperar o poder, um plebiscito para antecipar as eleições previstas para outubro de 2018 e para que a sociedade se manifeste sobre uma reforma política.

Segundo Dilma, essa reforma é "urgente", pois "será muito difícil que os presidentes que virão no futuro mantenham a governabilidade em um país com 35 partidos políticos".

Na fase de perguntas que podem formular cada um dos 81 senadores, a governante afastada também confirmou que, como sustenta sua defesa desde o início do processo, poderá apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) se perder seu mandato.

"Se me considerem culpada sem ter provado o crime, será um contundente golpe, um golpe integral", declarou Dilma, que reiterou que se não apelou ainda ao STF foi em "respeito ao Senado" e por sua "confiança na Justiça".

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