Brasil

Dilma declara "parceria incondicional" com Nordeste

Em reunião do conselho deliberativo da Sudene com governadores locais realizada em Fortaleza, Dilma apresentou a criação ou ampliação de 14 programas federais


	A presidente se antecipou às demandas dos governadores nordestinos e disse que a administração federal vai reforçar o socorro aos agricultores e à estrutura de produção afetados pela estiagem
 (Dominique Faget/AFP)

A presidente se antecipou às demandas dos governadores nordestinos e disse que a administração federal vai reforçar o socorro aos agricultores e à estrutura de produção afetados pela estiagem (Dominique Faget/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 15h58.

Fortaleza - A presidente Dilma Rousseff declarou que sua gestão tem uma "parceria incondicional" com a população e os governantes do Nordeste, ao anunciar investimentos de R$ 9 bilhões para o combate aos efeitos da seca na região.

Em reunião do conselho deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) com governadores locais realizada em Fortaleza, nesta terça-feira, ela apresentou a criação ou ampliação de 14 programas federais para beneficiar produtores rurais.

Dilma defendeu as ações de seu governo para promover o desenvolvimento do Nordeste e disse que, graças a investimentos de sua gestão e da administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "a face da miséria nessa região não foi acentuada tão perversamente pela estiagem".

"Acho que é incorreto dizer que este investimento produziu todos os resultados que nós queríamos, mas ele produziu um resultado inequívoco, junto com as outras políticas sociais do governo, que foi impedir que as populações aqui tivessem todas as perversas consequências que nós víamos ser retratadas ao longo da história do Brasil", afirmou.

"No que se refere à população, nós somos bem-sucedidos. Nós não vemos saque, não há nenhuma parte da população que nós saibamos que está passando por fome e tenha de fazer um conjunto de ações para preservar a sua própria sobrevivência."

A presidente, no entanto, se antecipou às demandas dos governadores nordestinos e disse que a administração federal vai reforçar o socorro aos agricultores e à estrutura de produção afetados pela estiagem.

"Devemos constatar que os desafios de enfrentar os efeitos da seca na esfera produtiva persistem e teremos de enfrentar esses desafios juntamente com as ações emergenciais", afirmou.


A necessidade de investimentos para proteger a economia do Nordeste é uma cobrança frequente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) - que trabalha para fortalecer uma possível candidatura presidencial contra Dilma em 2014. Na semana passada, em evento em Serra Talhada (PE), ele fez um discurso em que afirmou que o desenvolvimento dos Estados da região corria riscos devido à quebra da estrutura de produção.

Parcerias

Em seu discurso desta terça-feira, Dilma disse que o governo federal não poupará esforços para proteger e desenvolver a região, e pediu a parceria dos Estados para atingir esse objetivo. A presidente reforçou que o governo federal pretende facilitar a execução de obras e ações emergenciais na região, mantendo o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e acelerando a concessão de titularidade de terras, o licenciamento ambiental e a liberação de recursos.

Foram anunciados a ampliação de programas federais, com novas medidas no valor de R$ 9 bilhões - incluindo R$ 2,1 bilhões em novos equipamentos para os municípios e R$ 3,1 bilhões em renegociação de dívidas para os produtores, além da construção de cisternas, do fornecimento de carros-pipa, da perfuração de poços e da prorrogação da Bolsa Estiagem.

Dilma ponderou que "a seca é um fenômeno com que temos de conviver, assim como países que vivem na região mais setentrional do mundo ou mais meridional do mundo convivem com os invernos de forma intensa, todos os anos".

A presidente ainda reconheceu que a economia do Nordeste enfrenta um "problema logístico" no abastecimento de milho para os rebanhos da região. "Há um problema logístico. Não temos condição de escoar milho por meio rodoviário. Estudamos hipóteses de acessar cabotagem e meio marítimo, e fizemos levantamento dos portos públicos e privados do País", disse, pedindo parceria aos governadores para solucionar os entraves no transporte da ração.

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