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Dilma critica tratamento do PSDB a invisíveis do país

Dilma rebateu crítica ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida nas eleições de 2010, quando unidades foram contratadas e não havia obras para entregar


	Dilma encontra agricultores: ela reafirmou seu compromisso com a reforma agrária
 (Ichiro Guerra/Dilma 13)

Dilma encontra agricultores: ela reafirmou seu compromisso com a reforma agrária (Ichiro Guerra/Dilma 13)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2014 às 15h51.

Brasília - Em ato de campanha com trabalhadores rurais, na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, fez nesta quinta-feira, 28, críticas veladas a seus oponentes Aécio Neves (PDSB) e Marina Silva (PSB).

A presidente chamou de "invisíveis" as pessoas não atendidas por programas sociais até o governo petista.

"Os invisíveis deste país eram tratados antes como se não tivessem direito por nascença", disse.

Dilma rebateu ainda crítica ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida durante as eleições de 2010, quando unidades foram contratadas e não havia obras para entregar.

"Eles (oposição) diziam que esse programa era uma invenção eleitoral", recordou.

"Hoje, ninguém fala mais isso. Tem aí, bem concreto, 3,5 milhões (de casas)", afirmou.

A petista também colocou o meio ambiente no seu discurso. "Nós somos dos que acham que meio ambiente e produção de alimento combinam. Defendemos a produção de alimento a mais saudável possível", disse.

Dilma citou o código florestal como modelo para produção, após conter a "discussão radicalizada" sobre o tema.

"Estava em processo de discussão radicalizada, de um lado falava que todo mundo tinha de reservar a mesma quantidade de terra que foi usada indevidamente do ponto de vista ambiental, outro lado dizia que os grandes deviam ter perdão, porque, senão, inviabilizava as exportações", disse.

"Criamos uma coisa proporcional que é a 'escadinha', porque não se pode inviabilizar a renda do produtor", afirmou. "Tenho certeza que, no futuro, o cadastro ambiental rural (CAR) vai permitir um melhor foco nessa questão ambiental."

Reforma agrária

Dilma reafirmou seu compromisso com a reforma agrária, em resposta a críticas de movimentos sociais ao baixo ritmo de assentamentos em sua gestão.

Ela ressaltou, contudo, que o foco continuará, caso eleita, na melhoria da estrutura técnica para os trabalhadores assentados.

"Reafirmo meu compromisso com a reforma agrária, mas não é só distribuir terra. Além da distribuir de terra, ele (agricultor) precisa de outras medidas porque não pode ficar abandonado e à mercê da pressão do mercado", disse.

Dilma apresenta números bastante inferiores a seus antecessores em área autorizada para a reforma agrária. A presidente destinou 2,54 milhões de hectares à reforma entre 2010 e 2013.

No primeiro mandato de Lula foram 31,9 milhões de hectares e, no segundo, 16,2 milhões de hectares.

FHC destinou cerca de 12,4 milhões de hectares à reforma em sua primeira gestão e aproximadamente 8,7 milhões na segunda.

Apesar do desempenho abaixo do esperado pelos movimentos sem terra, Dilma criticou a reforma no período FHC.

"No passado, nos governos tucanos, desapropriaram e largaram os assentados nas piores e mais longínquas terras do país", criticou.

A presidente também fez referência à violência no campo, sinalizando que pretende colocar o governo federal mais focado no combate a crimes no setor.

"Acredito que determinados crimes que ocorrem têm de ter o acompanhamento federal para gente garantir Justiça", disse.

Ela se comprometeu a defender a legislação trabalhista no campo e combater o trabalho escravo.

"Vamos usar todo o aparato para coibir o descumprimento de leis trabalhistas no campo e, sobretudo, combate à maior vilania que é o trabalho escravo, que contamina todo o País."

Acusando adversários

A candidata do PT à reeleição acusou seus adversários mais diretos, Marina e Aécio, sem citá-los nominalmente, de fazerem uma campanha "baseada na mentira" sobre realizações do governo petista.

"Agora estamos diante de uma campanha que vai estar baseada na mentira, como eles fizeram durante a Copa, dizendo que não teria Copa, estádio, rua, que não teria nada. O Brasil mostrou que era capaz de receber quem viesse de fora com segurança", afirmou.

Segundo Dilma, o tom pessimista segue nas eleições.

"Eles continuam fazendo esse processo e mostram o seu pessimismo porque apostam no 'quanto pior, melhor' para poder ter uma alternativa, porque acham que saem ganhando. Sai perdendo o Brasil, mas eles apostam nisso", disse.

Repetição inevitável

Em tom inflamado, Dilma comparou de novo os governos do PT com o do PSDB.

Ela afirmou que na época tucana o número de brasileiros miseráveis não foi reduzido por política públicas federais.

"Tiramos 36 milhões (de pessoas) da miséria extrema. Na época deles (tucanos), metade do Brasil ou era miserável ou era muito pobre. Hoje, de cada quatro pessoas, apenas um está na pobreza. De cada quatro, três estão na classe média, na A ou na B", comparou.

Dilma voltou a criticar as tomadas de empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI), durante o governo Fernando Henrique Cardoso. "Eles foram ao fundo monetário e ficaram de joelhos", disse.

A presidente criticou, ainda, reduções de investimentos por pressão do FMI e disse que seu governo tem enfrentando a crise internacional sem recorrer a esse tipo de ação.

"Diante da crise, nós mantivemos o emprego, o salário mínimo crescendo e o país investindo", disse.

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