Dilma Rousseff recebe cumprimento do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 17h00.
São Paulo - Uma reportagem do jornal americano New York Times revela que a presidente Dilma Rousseff ainda pode estar sendo monitorada pelo serviço de espionagem americano.
A revelação acontece quase 1 ano e meio depois de a presidente ter cancelado uma viagem a Washington como retaliação à espionagem.
Segundo o jornal americano, a chanceler alemã Angela Merkel e outros líderes já teriam sido excluídos da lista de monitoramento. Mesmo assim, a presidente brasileira ainda continuaria sendo alvo da NSA (Agência Nacional de Segurança americana).
"Obama nunca disse quem, além de Merkel, ele tirou a lista de líderes estrangeiros cujas conversas são monitoradas, mas parece que os programas no México e Brasil continuaram, enquanto várias dezenas de líderes foram removidos", diz o texto.
Em setembro de 2013, uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo, feita em parceria com o jornalista americano Glenn Greenwald revelou documentos que comprovavam que a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores haviam sido alvo de espionagem da NSA.
Os documentos foram entregues por Edward Snowden, ex-analista da agência de segurança americana que divulgou o sistema de espionagem americano no mundo.
Naquela época, a revelação irritou a presidente brasileira que cancelou sua viagem aos EUA prevista para o mês seguinte e usou seu discurso na abertura da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) para fazer duras críticas à espionagem global do governo americano. Dilma chegou a afirmar que não aceitaria tal desrespeito à soberania nacional brasileira.
Desde o final do ano passado, no entanto, as relações entre Brasil e EUA pareciam ter entrado nos eixos tanto que Joe Biden, vice-presidente americano, visitou o país em dois momentos nos últimos meses - primeiro, durante a Copa do Mundo em 2014 e, no início deste ano, para participar da posse de Dilma. Nas duas visitas, ele foi recebido por Dilma em uma conversa reservada.
A expectativa é que a presidente faça uma visita aos Estados Unidos ainda este ano.