Dilma Rousseff durante apresentação oficial da Taça da Copa do Mundo, em Brasília (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2014 às 21h54.
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff comparou, em entrevista ao The New York Times, os progressos sociais de seu governo o com os do período pós-Francisco Franco, na Espanha.
A presidente falou nesta terça-feira com o jornal americano, defendendo as conquistas de seu governo e do governo de Lula, mesmo com a insatisfação popular demonstrada nos recentes protestos.
Ela defendeu que a renda dos mais pobres teve um crescimento bem maior que a taxa da inflação, fazendo com que o progresso brasileiro seja comparável ao período espanhol da década de 70.
Ela classificou para o jornal os protestos como uma insatisfação da população com a qualidade dos serviços públicos, que, segundo ela, cresceram menos do que a renda.
A maior parte da classe média do Brasil tem "mais desejos, mais anseios, mais exigências", disse ao The New York Times.
Economista por formação, Dilma elogiou na entrevista os trabalhos de Thomas Piketty, professor da Escola de Economia de Paris que ganhou notoriedade com seus trabalhos sobre a desigualdade.
Band
Já em entrevista com a Band, a presidente afirmou que não irá tolerar baderna durante a realização do Mundial. Ao canal, ela afirmou que espera que todos os governadores peçam o apoio das Forças Armadas para ajudar na segurança do evento.
Questionada sobre as declarações de Jérôme Valcke, ela afirmou que não concorda com as declarações do secretário-geral da Fifa, que disse que estaria mais interessada em ganhar a Copa do que realizar um bom evento.
"Eu acho que o Brasil é muito capaz de fazer as duas coisas", disse aos jornalistas Fábio Pannunzio e Renata Fan.
Para o New York Times, Dilma disse que o Mundial é uma oportunidade para fortalecer a posição brasileira no cenário global.
Na entrevista ao jornal americano, a presidente defendeu os empréstimos do BNDES para a construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014 e que os brasileiros que pretendem boicotar o evento são uma "pequena minoria".
E em uma rara fala sobre o seu período na prisão, durante a ditadura militar, ela disse que até os opositores políticos torciam para a seleção ganhar a Copa de 70, mesmo com a insatisfação ao regime.