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Dilma assume negociação com líderes aliados no Congresso

A presidente vai se reunir nesta segunda-feira com líderes de partidos de sua base de apoio, no Palácio do Planalto, para acertar a pauta dos próximos dias


	Dilma Rousseff: entre os temas que tiram o sono do Planalto está a votação do Orçamento impositivo, que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, pautou para quarta-feira
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: entre os temas que tiram o sono do Planalto está a votação do Orçamento impositivo, que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, pautou para quarta-feira (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 09h21.

Brasília - Com a perspectiva da votação de propostas indigestas para o governo nesta semana, quando deputados e senadores retornam das férias, a presidente Dilma Rousseff vai entrar em campo para enquadrar os aliados.

Dilma vai se reunir nesta segunda-feira com líderes de partidos de sua base de apoio, no Palácio do Planalto, para acertar a pauta dos próximos dias. Descontentes com o governo, até mesmo aliados prometem aprovar o Orçamento impositivo e derrubar vetos presidenciais que aumentam os gastos públicos.

"O que temos conversado é sobre como melhorar a relação do governo com a base aliada e vice-versa. O fato de a presidente Dilma indicar que vai fazer reuniões é um ótimo sinal, porque cria uma expectativa positiva", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Antes do encontro com Dilma, os aliados terão um encontro com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, alvo de críticas por causa de problemas enfrentados pelo governo na articulação política.

"Foi o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo, quem telefonou para mim informando sobre a reunião com a presidente Dilma, no fim da tarde. Eu acho ótimo", afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi. Ele e o ministro do Trabalho, Manoel Dias, também foram convocados para um encontro com Ideli na terça-feira, 6.

A iniciativa de Dilma, porém, é criticada por aliados descontentes com a articulação política. "Não acho que seja papel da presidente nem de Aloizio Mercadante (ministro da Educação) fazer isso. Acho que é preciso dar poderes para a Secretaria de Relações Institucionais, para Ideli, o que não foi feito até agora", disse o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI).


Entre os temas que tiram o sono do Planalto está a votação do Orçamento impositivo, que o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pautou para quarta-feira, 07.

A decisão de Alves deixou "perplexos" integrantes do governo. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, chegou a dizer que a imposição do pagamento das emendas parlamentares poderá ser questionada na Justiça.

"Tenho dúvidas de que esse projeto será votado, até mesmo em razão da dinâmica que teremos nesta semana, que é de retorno das atividades", argumentou o líder do PSD na Câmara, Eduardo Sciarra (PR). No cabo de guerra com o Congresso, Dilma e sua equipe também terão que encontrar uma forma de evitar a derrubada de vetos polêmicos previstos para serem votados no reinicio das atividades parlamentares.

Na lista está o veto à proposta que extinguiu a multa de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de trabalhadores, em casos de demissão sem justa causa. Além disso há o veto à Lei Complementar 143/13, que trata da distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Na Câmara tramitam ainda temas controversos, como o projeto que cria o novo Marco de Mineração, que deve sofrer alterações. No Senado, o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que manterá na pauta de discussão propostas que possam ter impacto nas contas do governo.

Entre as prioridades da Casa está a votação da proposta que institui o passe livre para estudantes no transporte público e o Plano Nacional de Educação, que prevê mais investimentos no setor.

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