A presidente Dilma Rousseff: Dilma ressaltou que a ideia de dar preferência às mulheres no pagamento do benefício foi do ex-presidente Lula (REUTERS/Claudio Reyes)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 21h31.
Brasília – A presidente Dilma Rousseff destacou hoje (19) o fato do Programa Bolsa Família escolher preferencialmente a mulher chefe de família para receber o benefício. Durante encontro com mulheres camponesas, Dilma disse que o Estado brasileiro reconhece a importância da mulher para resolver o problema da desigualdade no país.
“Tenho muito orgulho do fato de que quem recebe o Bolsa Família no nosso país são preferencialmente as mulheres. Um país que reconhece isso é porque ele sabe o valor da mulher, da mulher camponesa, do campo e da floresta, da mulher trabalhadora para a criação do seu futuro e do seu presente. É um reconhecimento do Estado brasileiro da importância das mulheres para resolver umas das maiores pragas do Brasil, que foi e ainda é a desigualdade”, disse em discurso durante o 1º Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, no Parque da Cidade, em Brasília.
Dilma ressaltou que a ideia de dar preferência às mulheres no pagamento do benefício foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Quem soube disso primeiro não foi uma mulher, foi um homem, o então presidente Lula. Ele percebeu que a mãe – porque ele teve uma mãe especial – não abandona o filho, não abandona neto, a mãe está grudada nos filhos”, lembrou.
Acompanhada de quatro das oito ministras mulheres de seu governo, Dilma disse que um de seus primeiros compromissos ao assumir a Presidência foi “honrar as mulheres” e agradeceu pelo empenho das mulheres para a sua eleição. “Estou aqui não por um milagre. Não estou aqui porque ocasionalmente passei por aqui e aqui cheguei. Estou aqui porque milhões de brasileiras, de lideranças como as mulheres camponesas, de mulheres que luta por este país, construíram a possibilidade de eu estar aqui. Eu estou aqui porque vocês estão aí”.
No discurso, Dilma citou os mecanismos criados pelo governo para combater a violência contra as mulheres e disse que esses instrumentos serão fortalecidos. “Sabemos que acabar com a violência contra a mulher exige que estejamos atentas para reprimir de forma dura e incansável a violência física. E exige também combater a violência da exclusão, da desigualdade, da restrição e da perda de autonomia das mulheres”.
Durante a cerimônia, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram acordo para financiar cooperativas agrícolas, principalmente comandadas por mulheres. Segundo Dilma, a medida vai aumentar a autonomia das mulheres do campo.
De acordo com a organização do evento, cerca de 3 mil mulheres camponesas de 23 estados, além de representantes de entidades de mulheres de vários países participam do encontro. Na agenda de debates estão temas como violência contra as mulheres e a participação feminina na produção de alimentos. O encontro termina na próxima quinta-feira (21).