Brasil

Dilma anuncia verba do PAC para transporte em São Paulo

O anúncio é uma aposta do governo federal para melhorar a avaliação do prefeito Fernando Haddad (PT)


	Transporte: entre as obras viárias contempladas no pacote estão os corredores de ônibus nas Avenidas Celso Garcia, na zona leste, e 23 de Maio, na zona sul
 (AGLIBERTO LIMA/VEJA SÃO PAULO)

Transporte: entre as obras viárias contempladas no pacote estão os corredores de ônibus nas Avenidas Celso Garcia, na zona leste, e 23 de Maio, na zona sul (AGLIBERTO LIMA/VEJA SÃO PAULO)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2013 às 09h08.

São Paulo - A Prefeitura de São Paulo iniciou nessa terça-feira, 30, o processo de licitação de 127 quilômetros de corredores de ônibus, com custo estimado em cerca de R$ 4,4 bilhões.

Parte das obras será realizada com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Grandes Cidades, que devem ser anunciados na manhã desta quarta, 31, pela presidente Dilma Rousseff, em uma aposta do governo federal para melhorar a avaliação do prefeito Fernando Haddad (PT).

A agenda positiva da presidente é uma tentativa de reparação dos danos causados pelas manifestações de junho, que não foram neutralizadas nem mesmo pela decisão de Haddad de rever o aumento da tarifa de ônibus.

No início deste mês, Haddad anunciou que a primeira linha de financiamento do governo federal para mobilidade urbana seria de R$ 1,7 bilhão. Nesta quarta-feira Dilma, que estará na capital, também anunciará verba nas áreas de drenagem e habitação. Nesta terça a Prefeitura e o governo federal não adiantaram qual será o valor total dos recursos.

Entre as obras viárias contempladas no pacote estão os corredores de ônibus nas Avenidas Celso Garcia, na zona leste, e 23 de Maio, na zona sul. Áreas periféricas com pouca oferta de transporte público estão entre as que também receberão corredores exclusivos.

Na região do Grajaú, na zona sul, será feito o Corredor Cocaia, que passará pela Avenida Belmira Marin, uma das mais congestionadas da capital, entre outras vias que cortam bairros populosos da zona sul. No extremo leste, o Corredor São Miguel passará pela Avenida Águia de Haia.


Os corredores foram projetados no padrão Bus Rapid Transit (BRT, Trânsito Rápido de Ônibus, na sigla em inglês). Os ônibus ficarão à esquerda, em uma faixa de 3,5 metros. Para aumentar a velocidade dos ônibus, o projeto prevê espaço para ultrapassagem e cobrança da tarifa. Os pontos de parada devem ser instalados a cada 600 metros.

No Diário Oficial da Cidade dessa terça-feira, a consulta pública dividiu as obras em dez empreendimentos. Os prazos para a construção dos corredores variam entre dois anos e dois anos e meio.

Corredor BRT

O consultor de transportes Flamínio Fichmann afirma que os corredores transportam aproximadamente 30 mil passageiros por hora, por sentido, - a metade do que uma linha de metrô em um trecho superlotado. A vantagem, segundo ele, é que o custo do quilômetro é de 10% do metrô e a velocidade da construção é incomparavelmente mais rápida. O que o Município quer implantar até o fim do mandato de Haddad é mais que o dobro dos 65,3 km de metrô em operação.

De acordo com Fichmann, apenas o BRT espalhado pela cidade não é suficiente para resolver o problema do transporte público. O desafio da Prefeitura é rearranjar as linhas da capital no novo contrato, de 15 anos, o que pode contrariar o interesse das empresas. Fichmann afirma que é preciso criar ônibus expressos e semiexpressos nos corredores. "Ou se mexe na concessão ou teremos só uma bonita obra de engenharia", diz. (Colaborou Adriana Ferraz).

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasDilma RousseffFernando HaddadMetrópoles globaisÔnibusPAC – Programa de Aceleração do CrescimentoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPrefeitosPT – Partido dos Trabalhadoressao-pauloTransporte públicoTransportestransportes-no-brasil

Mais de Brasil

O que muda com projeto que proíbe celulares nas escolas em São Paulo

Haddad se reúne com cúpula do Congresso e sinaliza pacote fiscal de R$ 25 bi a R$ 30 bi em 2025

Casos respiratórios graves apresentam alta no Rio e mais 9 estados