Dilma: durante visita na Espanha, a ex-presidente disse que os governantes atuais buscam aplicar uma agenda de cortes sociais, econômicos e políticos (Facebook/Reprodução)
EFE
Publicado em 12 de abril de 2018 às 12h00.
Barcelona - A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, ressaltou nesta quinta-feira a importância da "solidariedade internacional" e agradeceu o apoio de todos os espanhóis "comprometidos com a democracia", após denunciar a prisão "injusta" de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma se reuniu hoje com a prefeita da cidade espanhola de Barcelona (nordeste), Ada Colau, que censurou a "deriva autoritária" que, segundo sua opinião, vive o Brasil.
Em um comparecimento conjunto posterior, a ex-governante denunciou que no Brasil "tentam distorcer as condições democráticas que só o voto popular pode dar", em alusão ao impeachment que sofreu em 2016.
Além disso, os governantes atuais buscam "aplicar uma agenda de cortes sociais, econômicos e políticos", afirmou a ex-líder.
Desta forma, a prisão de Lula representa "uma fase a mais do golpe" parlamentar que, segundo disse Dilma, começou precisamente com seu impeachment. Ambos ex-líderes pertencem ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Dilma argumentou que Lula foi levado à prisão porque "eles (os golpistas") não têm um candidato "que possa ganhar as eleições, pois Lula lidera as pesquisas com grande vantagem.
Além disso, Dilma, que fez referência à Declaração Universal dos Direitos Humanos, ressaltou que "só a democracia pode dirigir uma sociedade na qual todos têm iguais oportunidades".
Dilma também criticou "os veículos de imprensa que também participam do golpe", por isso que apelou à denúncia internacional para divulgar o que acontece no Brasil.
A ex-presidente agradeceu o encontro com a prefeita e "todos os espanhóis e catalães comprometidos com a democracia". Na terça-feira, pronunciou uma conferência em Madri e viajará em breve aos EUA como parte de uma campanha em defesa da inocência de Lula.
Os partidos espanhóis de esquerda Podemos e IU e os sindicatos majoritários CCOO e UGT reivindicaram hoje a liberdade do ex-presidente do Brasil como passagem fundamental para voltar à normalidade democrática e jurídica e recuperar os direitos sociais.
O ex-presidente do Governo espanhol Felipe González considerou na quarta-feira que, enquanto não houver uma sentença firme contra Lula, deveria poder concorrer à Presidência de seu país.