Dilma Rousseff e Barack Obama: ela destacou que relações com os EUA são estratégicas para o Brasil (Grigory Dukor/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2014 às 20h31.
Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que combinou com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, um encontro no próximo mês na Austrália, onde estarão para a Cúpula do G20, assim como visitas de Estado recíprocas em seus segundos mandatos.
A chefe de Estado disse em entrevista ao SBT que a crise bilateral provocada pela espionagem que sofreu por parte de agências de inteligência americana está com uma solução "encaminhada", o que permite retomar as visitas.
"Tivemos uma conversa por telefone e decidimos nos encontrar em 14 ou 15 de novembro na Cúpula do G20 que será realizada na Austrália", declarou a governante.
"Decidimos que adotaremos todas as medidas necessárias para continuar com nossas relações estratégicas, incluindo visitas de Estado recíprocas neste segundo mandato, tanto meu como dele", acrescentou Dilma.
As relações entre os países foram afetadas no ano passado pelas revelações do ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, Edward Snowden, que denunciou que Washington espionou as comunicações pessoais de Dilma, assim como de ministros e de empresas brasileiras, como a Petrobras.
Devido às denúncias de Snowden, negadas pelo governo dos EUA, a presidente suspendeu uma visita de Estado que tinha previsto fazer a Washington em outubro do ano passado.
A chefe de Estado disse que abordará o assunto da espionagem na reunião que terá com Obama em novembro para deixar as coisas claras.
"É óbvio que teremos um acordo sobre isso (espionagem), para esclarecer a situação. Mas (uma solução) já está bem encaminhada", disse Dilma à emissora .
A governante destacou que as relações com os Estados Unidos são estratégicas para o Brasil e incluem uma ampla agenda, que abrange desde assuntos econômicos até uma associação estratégica em ciência e tecnologia e cooperação nas áreas estratégicas de defesa.
"Também queremos abordar assuntos específicos das relações comerciais porque viemos sofrendo déficits em nosso comércio com os Estados Unidos. Não queremos reverter esse déficit, mas sim mostrar que temos um grande potencial comercial que queremos explorar", completou.