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Dilma acusa PMDB de tramar golpe contra os trabalhadores

A presidente Dilma Rousseff acusou, neste domingo, a oposição e o PMDB de tramarem um "golpe contra as conquistas dos trabalhadores"

A presidente Dilma Rousseff em ato no Anhangabaú (Agencia PT)

A presidente Dilma Rousseff em ato no Anhangabaú (Agencia PT)

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Da Redação

Publicado em 1 de maio de 2016 às 16h47.

A presidente Dilma Rousseff acusou, neste domingo, a oposição e o PMDB, partido que assume o comando do governo em caso de seu afastamento, de tramarem um "golpe contra as conquistas dos trabalhadores" e a terem impedido de lutar contra a crise econômica, o que foi rapidamente rebatido por Moreira Franco, um dos homens fortes do provável governo de Michel Temer.

Dilma aproveitou a fala no encontro organizado pela Central Única dos Trabalhadores, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, para anunciar reajustes para o programa Bolsa Família - em média de 9 por cento - e da tabela do Imposto de Renda, em cinco por cento. A presidente também garantiu que vai contratar, nas próximas semanas, mais 25 mil moradias no programa Minha Casa, Minha Vida.

"Eles ficam falando que o governo acabou. Eles fazem isso em uma tentativa de nos paralisar, mas o governo está fazendo sua parte", afirmou a presidente antes de anunciar uma séria de medidas. Explicou, por exemplo, que o governo lançará na semana que vem o plano safra para a agricultura familiar e que proporá a licença paternidade de 20 dias para funcionários públicos.

Dilma mais uma vez classificou o processo de impeachment contra ela de golpe. "Quando se rompe a democracia se rompe para todos", afirmou. "Mas eu quero também alertar que esse golpe não é só contra a democracia ou contra o meu mandato. Também é contra as conquistas dos trabalhadores".

A presidente usou informações publicadas pela imprensa nos últimos dias para citar propostas que estariam sendo estudadas pela equipe do vice-presidente Michel Temer, que classificou de perversas. Entre elas, a de permitir que acordos coletivos de trabalho prevaleçam sobre a legislação trabalhista, a proposta de acabar com a vinculação constitucional de receitas para Educação e Saúde.

Acusou, ainda, Temer de planejar a manutenção do Bolsa Família para apenas 10 milhões de pessoas. "Das coisas propostas, a mais triste, porque é a mais perversa, é acabar com uma parte do Bolsa família. Falam que vão dar para os 5 por cento mais pobres, e esses são 10 milhões de pessoas. Hoje 47 milhões recebem o Bolsa Família. Serão 36 milhões entregues às livres forças do mercado para se virar", acusou.

Um dos nomes mais próximos de Michel Temer, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, usou as redes sociais para rebatera presidente.

"A presidente Dilma Rousseff insiste na manipulação e na propaganda enganosa: a proposta da Travessia Social é manter o Bolsa Família para todos. E melhorar para os 5 por cento mais pobres", garantiu, lembrando ainda que o último aumento aos beneficiários dado pelo governo havia sido em junho de 2014, véspera das eleições.

O programa do PMDB, que deve ser divulgado nesta segunda-feira fala da necessidade de focar os maiores esforços nos 10 por cento mais pobres. Não fala, no entanto, em terminar com o programa para os demais, apesar de admitir que estes teriam maior capacidade de se beneficiar de melhorias na economia.

Michel Temer chegou a anunciar que pretendia dar um reajuste para o programa caso assumisse a presidência, o que fez a presidente acelerar a sua proposta.

Dilma acusou, ainda, a oposição e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - a quem citou nominalmente, o que evita fazer - de a terem impedido de tomar medidas para enfrentar a crise econômica. "O mais grave de tudo que fizeram foi impedir que o Brasil tivesse combatido a crise, impedido o crescimento do desemprego.

Eles vão aprofundar a crise e rasgar a Constituição, maculando essa Constituição", afirmou. "Eu quero dizer para vocês que eu vou resistir e lutar até o fim".

O ato em São Paulo reuniu, de acordo com os organizadores, cerca de 100 mil pessoas, que ovacionaram a presidente na sua chegada. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também era esperado para um discurso mas, ainda com problemas na voz, desistiu de participar.

Outros 14 estados tiveram manifestações, na sua maioria a favor da presidente. Em São Paulo, no entanto, sindicatos ligados a Força Sindical organizaram outra manifestação, contra a presidente e a favor do impeachment. De acordo com os organizadores, 500 mil pessoas passaram pelo local. Na avenida Paulista, o coletivo Conlutas também fez outro protesto, este a favor de novas eleições.

Texto atualizado às 16h47.

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