Dilma Rousseff: "as pessoas não são ignorantes coisíssima nenhuma. O povo brasileiro é esperto, informado, e tem ideias próprias" (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2014 às 15h41.
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff acusou nesta quinta-feira o ex-mandatário Fernando Henrique Cardoso de "preconceito" contra os pobres do Nordeste, região onde obteve a maioria dos votos com os quais venceu o primeiro turno das eleições presidenciais de domingo.
"Estão destilando ódio mal resolvido", afirmou Dilma em entrevista para rádios do estado da Bahia e em resposta às declarações de FHC, que disse que o "PT está fincado nos menos informados, que coincide de ser os mais pobres".
Dilma iniciou ontem sua campanha para o segundo turno pelo Nordeste e visitou Salvador, onde aproveitou para responder ao ex-presidente tucano.
"(O que disse FHC) mostra simplesmente o preconceito e o desconhecimento. As pessoas não são ignorantes coisíssima nenhuma. O povo brasileiro é esperto, informado, e tem ideias próprias. Não precisa de nenhum luminar vir dizer o que eles têm que fazer", disse a presidente, que agradeceu aos eleitores do Nordeste pelo grande número de votos que obteve nessa região.
Para Dilma, o PSDB quer "fazer uma oposição ridícula" entre Sudeste e Nordeste. "É uma visão absolutamente preconceituosa e elitista, dizendo que os meus votos são dos ignorantes e, os dos ilustrados, são deles", frisou.
Além disso, aproveitou para minimizar o fato de não ter recebido, até agora, apoio dos candidatos derrotados no primeiro turno.
"É importante o apoio dos partidos, mas em uma democracia ninguém controla os votos das pessoas". "Eu confio no voto da população. A população vai olhar para a urna, no dia 26, e pensar no que é bom para o país", afirmou.
A presidente também aproveitou para criticar a equipe econômica de Aécio Neves, liderada pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga. "Implicar com o salário mínimo é a maior característica (de Fraga)". "Eles acham que têm que reduzir o salário mínimo para resolver as questões sociais do Brasil", opinou.