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Dilma acusa oposição de buscar golpismo e espalhar ódio

A presidente acusou a oposição de buscar um golpe contra seu governo e pediu união à população


	Dilma Rousseff: opositores espalham ódio e intolerância e buscam acabar com seu mandato sem fato jurídico, disse a presidente
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: opositores espalham ódio e intolerância e buscam acabar com seu mandato sem fato jurídico, disse a presidente (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2015 às 23h46.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff acusou nesta terça-feira a oposição de buscar um golpe contra seu governo e pediu união à população para combater a "intriga política", em um dos discursos mais enfáticos em defesa de seu mandato e contra as tentativas de tirá-la do cargo.

Em discurso contra o que chamou de "golpismo escancarado", em evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, Dilma afirmou que opositores espalham ódio e intolerância e buscam acabar com seu mandato sem fato jurídico ou materialidade.

"(Há) busca incessante da oposição de encurtar seu caminho ao poder. Quer dar um salto, fazendo um golpe...o artificialismo dos argumentos é absoluto. A vontade de produzir um golpe contra o funcionamento regular das leis e das instituições é explícita. Jogam sem nenhum pudor, do quanto pior, melhor."

A presidente disse que a tentativa da oposição de tirá-la do poder não é contra ela, mas contra o que ela representa.

"Esse processo não é apenas contra mim. É contra o projeto que fez do Brasil um país que superou a miséria", declarou. "É contra o que eu represento, e eu represento as conquistas históricas do governo Lula."

Além de lideranças sindicais e do PT, estavam na plateia os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e José Mujica, do Uruguai. Várias vezes Dilma foi interrompida por gritos da plateia de "não vai ter golpe".

Dilma enfrenta uma grave crise política e vários pedidos de impeachment, que até o momento têm sido rejeitados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Ele próprio está sendo acusado de ter se beneficiado do esquema de corrupção na Petrobras. Nesta terça-feira, as bancadas do PSOL e da Rede apresentaram pedido de cassação do mandato de Cunha ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

"Pergunto com toda franqueza: quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra? Quem?", questionou a presidente, que prometeu lutar para defender o seu mandato, a democracia e o projeto de inclusão social.

A presidente disse ainda que o país "precisa de estabilidade política" para superar as dificuldades econômicas e pediu união para evitar um "retrocesso" na democracia brasileira. "Para impedir o retrocesso, conto com as forças democráticas do Congresso, conto com a serenidade dos nossos tribunais, conto com o povo brasileiro e os movimentos sociais", disse.

Neste mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou ao Congresso a rejeição das contas do governo do ano passado devido às chamadas pedaladas fiscais, o que reforçou os argumentos para um eventual processo de impeachment.

Na próxima sexta-feira a oposição apresentará novo pedido de impeachment, com base na formulação já feita pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., e com indicações de que as operações conhecidas como pedaladas fiscais continuaram em 2015.

"O que chamam de pedaladas ficais são atos administrativos que foram usados por todos os governos antes do meu. Quero deixar claro que nós não tivemos nesses atos nenhum interesse a não ser realizar nossas políticas sociais", disse.

Dilma defendeu que o Congresso tome uma decisão equilibrada ao analisar o parecer do TCU, com calma, transparência e amplo direito de defesa. Nesta terça-feira, o governo ganhou mais tempo para evitar a abertura de um processo de impeachment, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar temporariamente o rito desenhado Cunha para a tramitação de um eventual processo de impedimento. 

Texto atualizado às 23h46

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