Dilma voltou a lamentar a postura de seu adversário; louvou o Mercosul e ressaltou que é Europa que não tem as condições para assinar o acordo de livre-comércio entre os blocos (REUTERS/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2014 às 14h42.
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, defendeu neste sábado uma maior integração da América Latina e acusou seu rival do PSDB, Aécio Neves, de desconhecer a importância que esse mercado tem para o Brasil.
Durante o último ato de campanha antes do segundo turno de amanhã, realizado em Porto Alegre, Dilma voltou a criticar Aécio por sua política externa e ressaltou que para o tucano "não são importantes as relações do Brasil com a Argentina, o Mercosul e a América Latina".
Em sua agenda política, Aécio propõe flexibilizar o Mercosul para assinar acordos de livre-comércio; retomar as relações com as potências; eliminar o conceito de diplomacia Sul-Sul e o que o candidato chama de "política externa ideológica".
Hoje Dilma voltou a lamentar a postura de seu adversário; louvou o Mercosul, união aduaneira que o país integra junto com Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela; e ressaltou que é Europa que não tem as condições para assinar o acordo de livre-comércio entre os blocos.
Perguntada sobre a situação econômica do Brasil, a governante atribuiu a desaceleração à "deterioração na crise" internacional e destacou que o Brasil tem "uma situação bastante estável".
A presidente também falou sobre as acusações lançadas pela revista "Veja", que indicam que ela e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, sabiam dos desvios de recursos na Petrobras.
"A capa da "Veja" é um absurdo e quero manifestar aqui meu repúdio. Trata-se de um golpe, que não colabora com a democracia", declarou a presidente.
Em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, o ex-presidente Lula participou da tradicional caravana realizada pelo PT um dia antes das eleições e aproveitou para condenar a reportagem.
"A "Veja" vai ter de explicar na Justiça porque faz isso. Não sei como o editor dessa matéria consegue dormir tranquilo", comentou Lula, que deu como certa a vitória de Dilma, "que vai fazer um governo infinitamente melhor porque já conhece toda a maquinaria e já tem os projetos".
Chamado de "guerreiro" e "nosso presidente", Lula partiu do Sindicato dos Metalúrgicos, onde começou sua vida política, e realizou um percurso por diversas ruas acompanhado por uma escola de samba e centenas de militantes com bandeiras do PT.
Por seus compromissos em Porto Alegre, Dilma não participou da tradicional caravana que o PT realiza em São Bernardo do Campo, um ato simbólico que sempre é liderado por Lula e no qual a presidente discursou há quatro anos quando ganhou no segundo turno as eleições de 2010. EFE