Impacto: embora sejam partidos pequenos, o impacto de qualquer voto contrário pode ser decisivo. (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2017 às 06h24.
Última atualização em 11 de julho de 2017 às 08h16.
O parecer favorável de Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, acelerou as discussões dentro dos partidos sobre como votar quando a pauta chegar ao plenário. O Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Popular Socialista (PPS) reúnem-se nesta terça-feira para decidirem se suas bancadas fecham questão quanto ao voto sobre admissibilidade do processo. O PDT tem 19 deputados em exercício, enquanto o PPS tem 10.
O PDT deve decidir que todos seus deputados votem favoravelmente à denúncia que afastaria o presidente por 180 dias. O partido já fechou questão contra as reformas da Previdência e trabalhista em uma reunião feita em março. No PPS, a dúvida é maior. O partido está dividido, embora a maioria dos parlamentares seja favorável à admissibilidade da denúncia.
Integrante da base do governo, o PPS tinha dois ministros até a eclosão da crise causada pela delação premiada de executivos do Grupo J&F. No dia seguinte, Roberto Freire, que preside a sigla e era ministro da Cultura, entregou o cargo e acabou sendo o único ministro a sair por causa da delação. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, permaneceu no posto. Por causa da dúvida, a tendência é que o partido não puna deputados que contrariarem a decisão majoritária.
Embora os partidos sejam pequenos, o impacto de qualquer voto contrário pode ser decisivo. As definições ainda podem puxar outros aliados, como o PSDB, que continua na base do governo. Antes de chegar a plenário, onde o governo precisa de 171 dos 513 votos para barrar as denúncias, a pauta vai ser votada pelos 66 deputados da CCJ, onde a posição de Temer está longe de ser confortável. O governo trocou na última semana 20 integrantes da comissão para evitar uma derrota. Ontem, o deputado Delegado Valdir, substituído pelo PR, afirmou que sua vaga havia sido “vendida para esses bandidos”. De negociação em negociação, a situação do presidente só faz piorar.