TEMER E MORAES: solenidade para assinatura do Plano de Segurança estava marcada para esta quarta, mas foi cancelada pelo Planalto / Sergio Lima/Reuters (Sergio Lima/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 05h26.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h34.
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, convocou para as 10 horas desta sexta-feira uma coletiva de imprensa para detalhar o Plano Nacional de Segurança Pública. É mais um capítulo da atabalhoada reação do governo, que sequer tem números confiáveis que justifiquem a reação ao massacre de 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
Algumas medidas foram adiantadas ontem após reunião entre Moraes, o presidente Michel Temer e os ministros Raul Jungmann, da Defesa, e Sergio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional. Foram anunciados investimentos de 430 milhões de reais para construção de uma nova unidade por estado, de cinco presídios para detentos de alta periculosidade e a instalação de bloqueadores de celular (em apenas 30% das unidades). Não foram detalhados prazos para conclusão das obras e nem se falaram em outras medidas fora das prisões para combate ao crime organizado. “São três palavras que regem a aplicação do plano: integração, cooperação e colaboração”, disse Moraes na quinta-feira.
O que se sabe, por enquanto, é que o plano contará com três fases, sendo a primeira de redução de homicídios e violência contra a mulher, a segunda trata do combate integrado à criminalidade, e, por fim, a modernização dos presídios. Não foi adiantado se assuntos como mutirões de julgamento para presos provisórios (que compõem cerca de 40% da população carcerária brasileira) serão organizados. Também não se falou sobre planos para reorganizar a relação do estado com os 8% de presídios com algum tipo de privatização Brasil afora.
Espera-se que nesta sexta-feira o governo ao menos dê detalhes de como combaterá a principal vulnerabilidade da qual se aproveitam os grupos criminosos: as fronteiras do país, por onde correm as rotas de entrada de drogas produzidas nos vizinhos sul americanos. Além do Ministério da Justiça, o governo federal deve acionar o Itamaraty, que sairá em busca de acordos de cooperação com os países de fronteira com o Brasil, e mais parcerias com Ibama e Polícia Federal para otimizar o monitoramento. É preciso saber também de onde sairá o dinheiro com o país em crise.