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16 capitais devem esperar 2o turno para definir prefeitos

Além de São Paulo, outras capitais como Fortaleza, Salvador devem ter segunda rodada de votação para prefeito nesta edição das eleições


	Salvador, Bahia, é outra capital que deve contar com segundo turno na disputa por sua prefeitura
 (FHmolina/Getty Images)

Salvador, Bahia, é outra capital que deve contar com segundo turno na disputa por sua prefeitura (FHmolina/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2012 às 10h02.

Brasília e São Paulo - A maioria das capitais deverá ter uma segunda rodada de votação para escolher o prefeito na <strong><a href="https://exame.com/noticias-sobre/eleicoes-2012">eleição </a></strong>deste ano, incluindo São Paulo, maior colégio eleitoral do país, e outras cidades importantes, casos de Fortaleza e Salvador.</p>

Das 24 capitais com mais de 200 mil habitantes, e que portanto têm segundo turno caso um dos candidatos não alcance mais da metade dos votos válidos no próximo domingo, 16 devem retornar às urnas no dia 28 de outubro para definir os vencedores, considerando as pesquisas mais recentes.

Somente Palmas e Boa Vista são capitais que não têm segundo turno.

Partidos que protagonizam o maior antagonismo da política brasileira nas últimas décadas, PT e PSDB devem se enfrentar diretamente no segundo turno em João Pessoa e Rio Branco, onde os candidatos dos dois partidos estão na frente nas pesquisas.

Mas, a queda livre do candidato do PRB, Celso Russomanno, nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo pode determinar um enfrentamento direto entre PT e PSDB na maior disputa municipal do país.

José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), que disputavam até a semana passada cabeça a cabeça um lugar no segundo turno contra Russomanno, veem agora o enfraquecimento do eleitorado do candidato do PRB e podem até mesmo ultrapassá-lo, transformando a eleição da capital paulista em mais um capítulo do histórico embate entre tucanos e petistas.

O enfrentamento direto entre PT e PSDB por uma vaga no segundo turno, porém, fica restrito a essas capitais. O que não quer dizer que eles não sejam os principais adversários mesmo em capitais onde não apenas participam das coligações do cabeça de chapa.


É o caso de Manaus, onde o PT está coligado com o PCdoB, da candidata Vanessa Graziottin, e quer derrotar um velho desafeto, o ex-senador Arthur Virgílio (PSDB). Situação parecida com Salvador, onde o PSDB apoia ACM Neto (DEM) e se esforça para vencer a disputa contra o petista Nelson Pelegrino e evitar que o governo estadual e a capital fiquem sob o comando do PT.

O clima de confrontação entre as duas legendas fica claro, inclusive, no discurso das lideranças partidárias. Presidente do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE), fala em "fadiga crescente com o status quo" e aposta nos "setores que não dependem da bolsa familiar ou dos sindicatos e burocracia petistas" para obter resultado expressivo.

"No mínimo em cinco capitais vamos chegar no segundo turno. Nos eleitorados superiores a 200 mil eleitores, estamos crescendo e PT está diminuindo", avaliou Guerra à Reuters.

Do lado petista, o tom de alta tensão com os principais adversários se mantém.

"O objetivo do PT não é que só o PT vença. Nós queremos vencer e queremos derrotar o projeto neoliberal do PSDB e dos Democratas. Aquela oposição que não se conforma de ver trabalhadores governando, com essa visão popular. E também que nossos aliados vençam", disse o deputado federal André Vargas (PT-PR), secretário de Comunicação do PT, em entrevista recente ao site da legenda.

O PSDB tem chances de vencer no domingo ou ir para o segundo turno em pelo menos 10 capitais. O PT tem chances em 9.

RENOVAÇÃO À parte da disputa entre os arquirrivais da política brasileira, a eleição deste domingo pode reduzir o peso político do PMDB nas capitais.

Historicamente o PMDB elege o maior número de prefeitos e na eleição de 2008 chegou à vitória em 6 capitais e em outras 1.132 prefeituras. Agora, os candidatos peemedebistas devem vencer no primeiro turno, de acordo com as pesquisas, somente no Rio de Janeiro, além de vencer com folga em Boa Vista, onde não há segundo turno.

O partido ainda têm chances de disputar o segundo turno em Campo Grande e Belém.

"Nas capitais tivemos problemas para apresentar candidaturas, porque tivemos que abrir mão para apoiar alguns aliados", argumentou à Reuters o presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO), que acredita, porém, que a sigla conseguirá eleger ao menos o mesmo número de prefeitos de 2008.

As eleições desse domingo também podem determinar o fortalecimento do PSB, um aliado histórico do PT, mas que neste pleito enfrentou os interesses do parceiro em pelo menos três capitais importantes do país --Fortaleza, Recife e Belo Horizonte-- gerando especulações sobre a caminhada para um projeto próprio de poder no futuro.

Líder político expressivo no Nordeste, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, é apontado como um dos nomes que podem disputar a Presidência da República em 2014, caso seu partido decida ter um projeto independente do PT.

Em 2008, os socialistas venceram em três capitais. Nesse domingo têm chances de ir para o segundo turno em cinco, segundo as pesquisas mais recentes. Em Belo Horizonte, o prefeito Marcio Lacerda, apesar de ter perdido terreno recentemente, pode se reeleger já no primeiro turno.

"Esse é um partido que tem se tornado importante no plano nacional e vai aumentar seu poder de barganha dentro da coalizão (do governo federal), sobretudo porque tem um nome que sinaliza que pode ser candidato (a presidente)", avaliou o analista político da Tendências Consultoria Integrada Rafael Cortez.

Além dessas legendas mais tradicionais, a eleição municipal deste ano tem mostrado candidatos de partidos pequenos liderando em capitais importantes, como o PCdoB em Manaus, o PRB em São Paulo, apesar da perda de fôlego recente de Russomanno, e o PSC, de Ratinho Jr., em Curitiba.

"Você tem um cenário de fragmentação que é mais aparente do que real", disse Cortez. "De alguma forma esses candidatos eleitos por partidos pequenos precisam pedir o apoio das grandes legendas, minimizando um pouco o resultado da fragmentação, quando a gente olha o nome dessas legendas." Guerra e Raupp argumentam que o cenário nas capitais, que mostram um número maior de partidos com condições de vencer as disputas, é decorrente principalmente da renovação dos quadros eleitorais. Um fenômeno tanto da Lei da Ficha Limpa quanto da renovação dos partidos, segundo eles.

"Nessa eleição ficou muito claro que candidatos novos têm projeção maior. É a eleição do novo. Isso é um sinal (para os partidos) que tem que projetar novas lideranças", avaliou Raupp.

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