Imagem de arquivo de Jair Bolsonaro: a promessa é fechar o time, por maior que seja, até o fim de novembro (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2018 às 07h12.
Última atualização em 29 de novembro de 2018 às 09h39.
Dezenove, e contando. Quantos ministérios, afinal, terá um futuro governo de Jair Bolsonaro? E, mais importante do que isso, qual a capacidade do governo de resistir às pressões das diferentes bancadas no Congresso, cada uma com suas demandas difusas e sempre consideradas prioritárias?
A formação da equipe ministerial mostra que trocar a articulação coordenada com os partidos pela negociação com as bancadas, uma das promessas de Bolsonaro, tem levado o Centro Cultural Banco do Brasil, sede da transição, em Brasília, a uma espécie de caos.
Bolsonaro foi eleito com o compromisso de cortar o número de pastas de 29 para 15. Elevou o número para 17, depois para 20, 22, e pode ir além.
Em entrevista concedida ontem, afirmou que a bancada feminina também quer uma pasta, e que ele está considerando a ideia. “Elas querem e vocês querem”, disse aos jornalistas.
O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tentou se explicar: segundo ele, como o Banco Central deve ganhar independência, perderá o status de ministério, e a Advocacia Geral da União também pode sair da conta no futuro.
Ontem, três novos nomes foram anunciados. Gustavo Henrique Canuto, ex-chefe de gabinete da Integração Nacional, comandará o Ministério do Desenvolvimento Regional. Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro do governo Temer, assumirá a pasta de Cidadania, que incluirá Esporte, Desenvolvimento Social e Cultura.
O deputado federal Álvaro Antônio (PSL-MG) será o novo ministro do Turismo. Faltam os nomes de Meio Ambiente, Minas e Energia e o possível ministérios das Mulheres.
A reorganização das pastas será um dos desafios do novo governo. Terra, por exemplo, questionado ontem sobre o que sabe de cultura, respondeu que “só toco berimbau”.
Ontem, Bolsonaro pediu que o país não receba uma importante conferência do Clima, prevista para o ano que vem, levantando novas suspeitas entre ambientalistas de como a pauta será tratada em seu governo.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro está no Rio, onde recebe em sua casa o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton.
A formação dos ministérios, porém, segue em ritmo acelerado. A promessa é fechar o time, por maior que seja, até o fim de novembro.