Freixo: o parlamentar seria assassinato por milicianos envolvidos na morte de Marielle (Ricardo Moraes/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 17h51.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2020 às 12h04.
Matéria publicada em 13 de dezembro de 2018
São Paulo - Um relatório confidencial da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou que um policial militar e dois comerciantes são suspeitos de envolvimento em um plano para assassinar o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ).
O documento foi revelado pelo jornal O Globo, nesta quinta-feira (13). Segundo a reportagem, os três homens são ligados a um grupo de milicianos da Zona Oeste, investigado pela Divisão de Homicídios (DH) pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes.
De acordo com as investigações, a execução do parlamentar já tinha data, hora e local para acontecer. Seria no próximo sábado (15), durante uma agenda em Campo Grande, onde Freixo encontraria com militantes e professores da rede particular de ensino, no sindicato da categoria.
Os detalhes da atividade do parlamentar foram divulgados nas redes sociais e eram públicos. Após revelação do documento, ele cancelou o compromisso.
Com a divulgação da ameaça, Freixo se pronunciou publicamente:
O documento da polícia carioca vem à tona no mesmo dia em que os agentes prenderam os primeiros envolvidos no caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, que completa noves meses nesta sexta-feira (14).
Os agentes fizeram prisões e busca e apreensões em 15 endereços espalhados por vários lugares do Rio e fora do estado. Os alvos foram os milicianos.
O PSOL, partido de Marielle e de Freixo, divulgou uma resposta em seu perfil oficial do Twitter sobre a reportagem.
Marielle executada. Jean Wyllys ameaçado. Planos de assassinar Marcelo Freixo interceptados. Eles querem nos calar, mas não vão conseguir.
— PSOL 50 (@psol50) December 13, 2018
Marcelo Freixo começou sua militância como professor no sistema prisional, em 1989, e também foi defensor da luta por cidadania para os moradores de favelas.
Atualmente, com 51 anos, ele foi o segundo deputado federal mais votado no Rio de Janeiro, com 342.491 votos, pela legenda do PSOL. Desde 2012, atua como deputado estadual na Alerj.
Desde que presidiu a CPI das Milícias em 2008, ele passou a contar com proteção policial por conta de ameaças de morte que vinha recebendo. No final da CPI, Freixo pediu o indiciamento de 225 políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis.
Nesta quinta-feira, ele disponibilizou o link da CPI, que completará dez anos no próximo domingo, para acesso público.
(Com Estadão Conteúdo)