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Deviam deixar o partido, diz Doria sobre grupo do PSDB que apoia Haddad

Apoiador declarado de Bolsonaro, Doria relativizou a importância e o tamanho do grupo

João Doria: "grupo não coaduna nem um pouco com os princípios que estamos adotando, seja do ponto de visto programático, seja do ponto de vista econômico", afirmou (João Doria/Facebook/Divulgação)

João Doria: "grupo não coaduna nem um pouco com os princípios que estamos adotando, seja do ponto de visto programático, seja do ponto de vista econômico", afirmou (João Doria/Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 20h15.

São Paulo - O candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSDB, João Doria, minimizou o apoio declarado por uma corrente do PSDB a Fernando Haddad (PT) na disputa presidencial. Doria disse que era melhor que esse grupo deixasse o partido e fosse para o PT.

"E o grupo não coaduna nem um pouco com os princípios que estamos adotando, seja do ponto de visto programático, seja do ponto de vista econômico", criticou o tucano. "Melhor até que ele se desligasse do PSDB e fosse para o PT, porque Esquerda Para Valer é com o PT", emendou, em referência ao nome da corrente tucana.

Doria relativizou ainda a importância do grupo, dizendo que havia menos pessoas nele do que os presentes na coletiva de imprensa desta quinta-feira, 11.

Ontem, integrantes do EPV, grupo que reúne cerca de 5.000 militantes nas redes sociais e é uma das mais antigas da sigla, anunciou apoio a Haddad após se reunirem com ele e entregarem uma carta de intenções. "A candidatura do Haddad está no campo democrático, PT e PSDB estiveram juntos em vários momentos", disse o sociólogo Fernando Guimarães, coordenador da corrente.

BOLSONARO

Doria disse ter telefonado ao candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, e que os dois tiveram uma conversa "boa e produtiva" na segunda-feira, fazendo um "alinhamento de governabilidade." Questionado se existe alguma visita agendada, o tucano, que declarou apoio ao deputado no domingo, disse que ainda não. "Vamos ver", desconversou.

Os comentários foram feitos após o anúncio de adesão, à chapa de Doria, do PRTB, partido do vice na chapa de Bolsonaro, general Hamilton Mourão. Apesar do gesto, o ex-prefeito não recebeu de volta apoio do presidenciável.

"Recomendei, não sou capitão nessa hora, neutralidade. Não vou meter minha colher em problemas partidários", disse Bolsonaro, que realizou também nesta tarde um evento com aliados no Rio. Ele confirmou o telefonema de Doria.

O principal entrave ao apoio do PSL ao tucano seria o deputado Major Olímpio, principal liderança do partido no Estado, que é crítico ao PSDB. Sobre ele, Doria disse "não ter magoas"e que entende sua "posição de antagonismo com o PSDB e com (o ex-governador Geraldo) Alckmin".

Um eventual entendimento com o PSL, se ocorrer, acrescentou, será comunicado pela sua direção nacional.

Além do PRTB, declarou seu apoio ao candidato o prefeito de São Jose do Rio Preto, Edinho Araujo (MDB).

Questionado sobre a posição oficial do MDB, cujo candidato ao governo, Paulo Skaf, declarou ontem apoio a Márcio França (PSB), Edinho disse que, em sua avaliação, os integrantes do partido estão liberados no Estado.

"Falei com meu entorno e decidi que Doria representa esse movimento de fortalecimento dos municípios", disse Edinho, que é amigo do presidente Michel Temer e foi ministro-chefe da Secretaria Nacional de Portos no governo Dilma Rousseff em 2015.

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