Brasil

Desmatamento na Amazônia do Brasil subiu 91% nos primeiros 7 meses de 2019

Foram 6.404,4 km² desmatados, frente aos 3.336,7 km² no mesmo período de 2018, segundo dados oficiais provisórios divulgados

Amazônia: desmatamento pode chegar, pela primeira vez desde 2008, a 10.000 km² neste ano (Lucas Landau/Reuters)

Amazônia: desmatamento pode chegar, pela primeira vez desde 2008, a 10.000 km² neste ano (Lucas Landau/Reuters)

A

AFP

Publicado em 8 de setembro de 2019 às 16h16.

Última atualização em 8 de setembro de 2019 às 17h21.

O desmatamento na Amazônia brasileira praticamente dobrou entre janeiro e agosto, totalizando 6.404,4 km², frente aos 3.336,7 km² no mesmo período de 2018 (+91,9%), segundo dados oficiais provisórios divulgados em meio à polêmica internacional envolvendo a preservação da maior floresta tropical do planeta.

Apenas em agosto, 1.700,8 km² foram desmatados, menos do que em julho (quando quadruplicou), porém mais do triplo do que em agosto de 2018 (526,5 km²), de acordo com o sistema Deter de alertas de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O desmatamento no Brasil se mantinha nos níveis dos últimos anos, porém disparou nos últimos quatro meses: 738,2 km² em maio (+34,1%), 936,3 km² en junho (+91,7%) e 2.255,4 km² em julho (+278%), e, agora, 1.700,8 km² em agosto (+91,90%).

Especialistas avaliam que, este ano, o desmatamento poderia chegar, pela primeira vez desde 2008, a 10.000 km². Segundo os mesmos e ambientalistas, a escalada se explica pela pressão de madeireiros e criadores de gado estimulados pelo apoio do presidente Jair Bolsonaro à abertura de reservas indígenas e áreas protegidas para estas atividades e a mineração.

A polêmica aumentou com a multiplicação das queimadas, com 97.972 focos de incêndio em todo o Brasil de janeiro até ontem, uma alta de 53% em relação ao mesmo período de 2018, 51,4%% deles na região amazônica.

Segundo especialistas, deve haver mais focos na região amazônica em setembro, uma vez que "o pico do desmatamento é em julho e o do fogo, em setembro", aponta a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar. "Que bom que tenha havido menos desmatamento em agosto, mas é preocupante, porque há três vezes mais do que no mesmo período do ano passado."

O Deter se baseia em dados colhidos por um sistema de alertas sobre o período agosto-julho, que, em seguida, é apurado por outro sistema, chamado Prodes, com o qual são elaborados os relatórios anuais de desmatamento.

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaBiodiversidadeDesmatamentoGoverno BolsonaroMeio ambiente

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático