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Desmatamento da Amazônia cresce pelo 5º mês consecutivo, diz Inpe

Comparado ao ano passado, o desmatamento na Amazônia subiu 93% nos primeiros nove meses deste ano

Amazônia: Bolsonaro responsabiliza os governos anteriores pelo aumento do desmatamento (Bruno Kelly/Reuters)

Amazônia: Bolsonaro responsabiliza os governos anteriores pelo aumento do desmatamento (Bruno Kelly/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de outubro de 2019 às 13h21.

Última atualização em 11 de outubro de 2019 às 13h26.

Brasília — O desmatamento da Amazônia saltou pelo quinto mês consecutivo em setembro em comparação ao ano passado, com a destruição florestal subindo 93% nos primeiros nove meses do ano na comparação com os nove primeiros meses de 2018, de acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais publicados nesta sexta-feira.

A destruição da maior floresta tropical do mundo totalizou 7.854 quilômetros quadrados entre janeiro e setembro, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso é 10 vezes a área da cidade de Nova York.

Somente em setembro, os dados do Inpe mostraram que o desmatamento aumentou 96% em relação ao ano anterior, uma redução em relação aos mais de 200% de aumento anual registrados em julho e agosto. Em termos de área, o mês de setembro representou 1.447 quilômetros quadrados de floresta desmatada, abaixo do pico de 2.255 quilômetros quadrados em julho.

Pesquisadores e ambientalistas culpam o presidente Jair Bolsonaro por encorajar os desmatadores ao pedir que a Amazônia seja desenvolvida e ao enfraquecer o Ibama.

"O desmatamento continua num ritmo que é o dobro do que vinha sendo nos anos anteriores. Então acho que isso tem a ver com as mensagens que continuam sendo trocadas pelo Executivo", disse Tasso Azevedo, coordenador da iniciativa de mapeamento do desmatamento MapBiomas.

Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disseram que os governos anteriores são os culpados pelo aumento do desmatamento, dizendo que políticas incluindo cortes no orçamento de agências como o Ibama já estavam em vigor muito antes da posse do novo governo em 1º de janeiro.

O Palácio do Planalto, Salles e o Ministério do Meio Ambiente não responderam imediatamente aos pedidos de comentário.

Uma onda de incêndios em agosto atingiu a Amazônia com a maior taxa desde 2010, provocando protestos globais e deixando líderes mundiais questionando por que o Brasil não estava fazendo mais para proteger a floresta tropical. Dados separados do Inpe divulgados na semana passada mostraram que os incêndios recuaram em setembro.

Os cientistas dizem que os incêndios estão ligados ao desmatamento, com as pessoas limpando a floresta com madeira valiosa e depois incendiando os restos para limpar a terra para a criação de gado ou agricultura.

O desmatamento geralmente atinge o pico na estação seca, que vai de aproximadamente maio a setembro, mas pode variar várias semanas a cada ano. Este ano, a estação das chuvas está um pouco atrasada e está apenas começando este mês em toda a região.

Isso trará algum alívio no curto prazo, mas especialistas já estão prevendo mais desmatamentos no próximo ano.

"A grande questão agora é o que vai ser feito para prevenir no ano que vem", disse Paulo Barreto, pesquisador afiliado ao Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

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