Brasil

Desistência só me fortalece, pois eu sou o anti-Doria, diz Márcio França

Candidato diz ter certeza que tucano tentará reeleição e que PT precisa cumprir acordo de apoiar nome mais forte na eleição

 (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

(Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 31 de março de 2022 às 09h57.

Última atualização em 31 de março de 2022 às 10h16.

O ex-governador de São Paulo Márcio França afirmou nesta quinta-feira que a decisão de João Doria de abandonar a pré-candidatura à presidência da República pelo PSDB vai dar ainda mais gás para a sua campanha ao governo do estado. "Eu sou o anti-Doria", afirma.

Quer saber tudo sobre a corrida eleitoral? Assine a EXAME por menos de R$ 0,37/dia e fique por dentro

Ao GLOBO, França diz ter certeza que o movimento do governador de São Paulo será de tentar a reeleição e que seu nome é o mais forte dentro da esquerda para derrotá-lo numa eventual disputa em segudo turno em detrimento do de Fernando Haddad (PT).

- Com isso, eu me fortaleço. Agora que eu não largo mão da minha candidatura mesmo, eu sou o "anti-Doria" e ele vai ser candidato a governador. Pra cima deles. - disse.

França e Haddad querem disputar o Palácio dos Bandeirantes, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deu recados públicos de que prefere Haddad.

Acordo com o PT

França afirma que tem um acordo com o Lula e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann de apoiar o nome mais forte nas pesquisas de maio entre ele e Haddad.

- Para o Lula é melhor porque é um adversário (Doria) a menos, forte em São Paulo, e tudo indica que possa vir o Eduardo Leite, que é do Rio Grande do Sul, portanto tem uma base mais bolsonarista, isso pode ajudar o PT - afirma.

- Lula e Gleisi foram comunicados e aceitaram a minha proposta. Quem tiver o nome mais competitivo nas pesquisas de maio será apoiado. Combinamos que a pergunta ao eleitor seria "votaria com certeza e/ou poderia votar". Lula aceitou a proposta e ficou de marcar só a data da pesquisa - afirma.

França diz que pesquisas já indicam que o seu nome é o mais forte para a disputa mesmo antes da desistência de Doria de se lançar à Presidência.

- Eu tenho sete pesquisas diferentes onde eu figuro na frente dele (Haddad). Mas se até maio ele passar, eu cumpro o acordo. Só espero que ele cumpra de sua parte também. A minha crença é que eu tenho a somatória de voto com certeza e poderia votar, isso me coloca na frente. Dessa maneira, eu não vou retirar a minha candidatura porque eu vou ganhar.

O ex-governador afirma que se o PT insistir na candidatura de Haddad mesmo com a pesquisa a seu favor, ainda assim não vai retirar seu nome.

- O problema é deles, lá. A minha parte é a candidatura anti-Doria, ele sendo o candidato o eleitor que não gosta dele vai olhar para tela e vai procurar a minha imagem. Afinal, ficou marcado o debate dele contra mim, e naturalmente ele candidato é uma questão a ser levada em consideração pelo eleitor.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2022João Doria JúniorMárcio FrançaPSDBSão Paulo capital

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático