Brasil

Desde aprovação da Lei de Drogas, número de prisões aumentou

"Caminhamos para chegar ao triste recorde de 650 mil presos, sendo que 45% estão em prisão provisória", disse Gilmar Mendes


	Drogas: "caminhamos para chegar ao triste recorde de 650 mil presos, sendo que 45% estão em prisão provisória", disse Gilmar Mendes
 (Stringer / Reuters)

Drogas: "caminhamos para chegar ao triste recorde de 650 mil presos, sendo que 45% estão em prisão provisória", disse Gilmar Mendes (Stringer / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2016 às 17h28.

São Paulo - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou nesta sexta-feira, 23, que, desde a aprovação da Lei de Drogas (11.343), em 2006, o número total de prisões no Brasil aumentou significativamente.

"Caminhamos para chegar ao triste recorde de 650 mil presos, sendo que 45% estão em prisão provisória. Isso nos caracteriza como uma sociedade altamente repressiva", comentou durante evento na Associação dos Advogados de São Paulo, onde é discutido o tema.

No ano passado, Mendes votou a favor da descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal, ao relatar um processo que pretende derrubar a condenação de um homem que assumiu a posse de três gramas de maconha.

Os ministros Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso acompanharam parcialmente o relatório de Mendes, votando a favor apenas da descriminalização do porte de maconha. O julgamento foi interrompido em setembro daquele ano, após pedido de vista de Teori Zavascki.

Hoje, Mendes disse acreditar ser difícil que o STF siga os votos de Barroso e Fachin. "Os princípios filosóficos são iguais para todas as drogas", comentou.

Ele admitiu, no entanto, que o tema é complexo e exige fazer uma diferenciação entre o traficante e o usuário, que muitas vezes acaba também comercializando a droga para conseguir manter seu vício.

"Nossa lei mais recente (a 11.343) veio com algum propósito no sentido de mitigar o tratamento jurídico que se dava ao usuário, caminhando em uma linha que levasse à despenalização, mas com a aplicação da lei tivemos um aumento significativo das prisões", afirmou, ressaltando, porém, que esse número precisa ser visto com cuidado.

Acompanhe tudo sobre:Drogas

Mais de Brasil

Inovação da indústria demanda 'transformação cultural' para atrair talentos, diz Jorge Cerezo

Reforma tributária não resolve problema fiscal, afirma presidente da Refina Brasil

Plano golpista no Planalto previa armas de guerra

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski