Brasil

Descontaminação de bromo na UFRJ deve ser feita até amanhã

A decania do CCS decidiu à tarde que vai prorrogar a suspensão das aulas de graduação por pelo menos mais um dia


	Campus da UFRJ: o acidente ocorreu no LASSBio, localizado no subsolo do bloco B do prédio, na Cidade Universitária (Ilha do Fundão, zona norte)
 (Wikimedia Commons)

Campus da UFRJ: o acidente ocorreu no LASSBio, localizado no subsolo do bloco B do prédio, na Cidade Universitária (Ilha do Fundão, zona norte) (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2015 às 11h01.

Rio - Os cerca de 8,5 mil alunos do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tiveram as atividades suspensas nesta segunda-feira, 05, após um incidente com bromo dentro de um dos laboratórios do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, na última quinta-feira, 01.

A decania do CCS decidiu à tarde que vai prorrogar a suspensão das aulas de graduação por pelo menos mais um dia, até que seja feita uma medição das partículas da substância, altamente tóxica, liberadas pelo prédio.

O acidente ocorreu no LASSBio, localizado no subsolo do bloco B do prédio, na Cidade Universitária (Ilha do Fundão, zona norte).

Três cientistas estavam no local quando o vazamento foi descoberto e foram encaminhados para o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Não há informações sobre o estado de saúde deles.

De acordo com a decana do Centro de Ciências da Saúde, Maria Fernanda Nunes, um pesquisador percebeu que uma ampola com 10 mililitros de bromo estava quebrada dentro de uma geladeira do laboratório na noite da última quinta-feira.

Os laboratórios foram lacrados e a substância, trancada em uma urna isolada e retirada do local.

"Como teríamos hoje vários alunos circulando e iniciaríamos parte do período letivo, decidimos, por segurança, cautela e precaução, suspender as aulas", afirmou a decana.

Mesmo com a ordem para a suspensão das aulas, alunos circulam pelo prédio do CCS e até pelo térreo do bloco B, muito perto do local do incidente. O espaço não foi lacrado.

A reportagem do jornal O Estado de S.Paulo conseguiu facilmente acessar a escada que leva ao subsolo, onde houve o acidente.

Questionada sobre a efetividade do isolamento, Maria Fernanda disse que os alunos, pesquisadores e funcionários "estão avisados" sobre o impedimento da circulação no térreo do Bloco B.

"Manteremos interditado o bloco B até termos certeza que não tem bromo circulando, porque ele volatiliza. Sabemos que é um acidente grave com uma substância tóxica", ressaltou.

Alguns funcionários se queixam do cheiro do material químico e têm medo de permanecer nas instalações. O entorno do laboratório não está lacrado, como constatou a reportagem nesta manhã.

"Do jeito que está, ninguém poderia entrar (no prédio). Pediram até para tirar foto da gente trabalhando. Claro que fico preocupada. Dizem que o cheiro não mata, mas faz mal.

Tinham que ter lacrado o local. Muita gente nem está sabendo", afirmou uma funcionária terceirizada que trabalha no CCS, sem equipamento de segurança, que conta ter sido obrigada a ficar no local para "informar os alunos".

A previsão é que entre hoje e amanhã, terça-feira, 06, duas empresas especializadas realizem a descontaminação do ambiente e a retirada da geladeira onde a ampola se quebrou. As causas do incidente ainda estão sendo investigadas pela instituição.

No e-mail recebido pelos alunos do curso de Medicina, enviado pelo sistema interno da universidade (SIGA-UFRJ) e assinado pela Secretaria de Graduação, consta que a suspensão das atividades nesta segunda-feira é uma "medida de segurança".

"A informação do acidente chegou à Decania no final do expediente de sexta passada (2), o que inviabilizou a tomada de qualquer decisão frente ao problema", diz a mensagem.

Acompanhe tudo sobre:Ensino superiorSaúdeUFRJ

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência