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Desarmamento terá verba para pagar 100 mil armas

Com valor mínimo por compensação de R$ 100 para armas de baixo calibre, o Ministério dispõe de recursos para bancar no máximo 100 mil pagamentos

Nas campanhas anteriores foram recolhidas 550 mil armas (AGÊNCIA BRASIL)

Nas campanhas anteriores foram recolhidas 550 mil armas (AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2011 às 20h28.

Brasilia - A previsão do governo federal para a nova campanha nacional de desarmamento é tímida se comparada às outras duas edições anteriores. De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o orçamento da pasta para o pagamento de indenizações a pessoas que entregarem suas armas é de R$ 10 milhões.

Como o valor mínimo por compensação é de R$ 100 para armas de baixo calibre, o Ministério dispõe de recursos para bancar no máximo 100 mil pagamentos. Nas campanhas anteriores, 2004/2005 e 2008/2009, foram recolhidas 550 mil armas, mas não foi informado o valor total pago em indenizações.

Cardozo disse que está torcendo para que tenha de cortar recursos em outras iniciativas do Ministério para poder ampliar a dotação para pagamentos de indenizações. O ministro ainda afirmou que os cortes orçamentários de R$ 50 bilhões promovidos pelo governo federal em fevereiro não vão afetar a campanha ou qualquer outra iniciativa da pasta. No caso do Ministério da Justiça, o contingenciamento soma R$ 1,52 bilhão.

"Que Deus me ajude a ter que cortar outras ações do Ministério para colocar mais de R$ 10 milhões (para pagar indenizações). Nunca vi nenhum ministro gostar quando acaba um recurso. Eu vou gostar se isso acontecer e vou encontrar mais recursos dentro do Ministério para comprar mais armas", disse Cardozo, após a solenidade de lançamento da campanha no Palácio da Cidade, sede social da Prefeitura do Rio de Janeiro, em Botafogo, zona sul.

Apesar do orçamento modesto, a campanha deste ano tem inovações para tentar facilitar a entrega das armas. Será garantido o anonimato dos doadores. As peças recolhidas serão inutilizadas de imediato, as indenizações poderão ser sacadas no dia seguinte à doação e o número de postos de entrega será ampliado, com o credenciamento de instituições e entidades da sociedade civil. A campanha vai até o dia 31 de dezembro.


Em discurso, Cardozo reclamou das críticas de que a antecipação do início da campanha era oportunista e demagógica. "Há quem diga que essa campanha é feita por oportunismo e me atribuem uma conduta demagógica. Quero dizer que se eu tivesse o poder de fazer uma campanha dessa sozinho, eu faria. Mas não é o caso

. A campanha foi feita com parceiros", argumentou o ministro, que, à tarde, seguiu para Volta Redonda, no interior do Estado, para acompanhar a destruição de mais de mil armas nos fornos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Participaram do ato o governador do Rio, Sérgio Cabral, o prefeito da cidade, Eduardo Paes, e representantes de associações e entidades.

Vítimas

Prevista para começar apenas em junho, a campanha foi antecipada em um mês como resposta ao massacre promovido por Wellington Menezes de Oliveira na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no dia 7 de abril. O atirador matou 12 alunos, feriu outros 12 e se matou usando dois revólveres comprados no mercado negro. Pais dos estudantes mortos acompanharam o evento.

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