Brasil

Deputados mudam fórmula de aposentadoria

A Câmara incluiu um dispositivo que cria uma alternativa à fórmula que reduz o valor das pensões e que tem por objetivo desestimular aposentadorias precoces


	Centrais sindicais realizam protesto pelo fim do fator previdenciário: a flexibilização do fator previdenciário era considerada pelo Planalto o ponto mais delicado da votação
 (Marcelo Camargo/ABr)

Centrais sindicais realizam protesto pelo fim do fator previdenciário: a flexibilização do fator previdenciário era considerada pelo Planalto o ponto mais delicado da votação (Marcelo Camargo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 11h36.

Brasília - A vitória na aprovação do texto-base da MP 664 não se repetiu na votação da emenda que trata da flexibilização do fator previdenciário.

Com votos contrários do próprio PT e do PC do B, o governo foi derrotado e viu a Câmara incluir na medida provisória um dispositivo que cria uma alternativa à fórmula que reduz o valor das pensões e que tem por objetivo desestimular aposentadorias precoces.

Por 232 a 210 votos, além de duas abstenções, os deputados aprovaram uma emenda do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) que estabelece uma "porta de saída" para o fator para quem atingir um somatório que leva em conta a idade e o tempo de trabalho.

Pelo texto aprovado, essa soma deve atingir 85 para as mulheres e 95 para os homens, desde que o tempo mínimo de contribuição seja de 30 anos para as mulheres e de 35 anos para os homens. Essa é a "porta de saída" para o fator previdenciário.

Hoje, um homem de 60 anos tem desconto no benefício ao se aposentar mesmo se tiver contribuído por 35 anos, por não atingir a idade mínima (65).

Com a nova regra, o somatório atingiria o mínimo exigido (95) e, portanto, ele teria direito ao pagamento integral do benefício.

A flexibilização do fator previdenciário era considerada pelo Planalto o ponto mais delicado da votação da MP 664. Com a aprovação, as despesas do governo com o pagamento de aposentadorias vão aumentar em R$ 40,6 bilhões na primeira década, sendo que nos quatro primeiros anos não haveria impacto porque as pessoas adiariam as aposentadorias para se enquadrar na nova regra que garante a aposentadoria integral.

No PT, houve nove votos contra o governo, gesto também adotado por todos os 12 parlamentares do PC do B presentes. "Votei de acordo com a minha consciência", justificou a deputada Erika Kokay (DF), integrante dos nove petistas contrários à orientação do Planalto.

Vice-líder do governo, o deputado Sílvio Costa (PSC-PE) atribuiu a derrota ao PC do B e ao PDT, que se manteve contra o Planalto. "Acho que o governo, após essa votação, tem que repensar algumas relações", afirmou. (Daiene Cardoso, Murilo Rodrigues Alves, Ricardo Della Coletta, Nivaldo Souza)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosFator previdenciárioflexibilidade-no-trabalhoPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto