Investigação: "A ideia é nos inspirarmos nesses casos para sugerir propostas para tantas outras mulheres vítimas de abuso em todo o País" (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2016 às 20h21.
Brasília - Deputados da comissão temporária externa de investigação sobre estupro coletivo irão ao Rio de Janeiro na segunda-feira, 6, tratar sobre o caso da jovem de 16 anos violentada no dia 21.
A agenda inclui encontros com o governador, Luiz Fernando Pezão, e com a delegada responsável pelas apurações, Cristiana Bento.
Eles também devem se reunir com o secretário de segurança pública do Rio, José Mariano Beltrame, e com deputados estaduais. "Lá já existem comissões acompanhando o caso, então vamos trocar ideias", disse a presidente da comissão externa, deputada Soraya Santos (PMDB-RJ).
Em sessão realizada nesta quinta-feira, 2, a comissão aprovou também uma viagem ao Piauí, onde uma adolescente de 17 anos também sofreu estupro coletivo no fim de maio. Porém, essa viagem ainda não tem data definida.
A deputada afirma que o fato de viajarem apenas para Rio de Janeiro e Piauí não significa que as ações da comissão ficarão restritas a esses dois Estados.
"A ideia é nos inspirarmos nesses casos para sugerir propostas para tantas outras mulheres vítimas de abuso em todo o País. A cultura do estupro não começou agora, é da 'Idade das Pedras', mas a política pública é a melhor forma de avançarmos na questão."
Na próxima terça-feira, 7, a comissão irá avaliar sugestões de parlamentares para aumentar a segurança das mulheres em todo o Brasil. Essas sugestões podem virar projetos de lei.
Foram mencionadas na sessão desta terça propostas como implementar delegacias especializadas em atendimento à mulher em todos os municípios com mais de 60 mil habitantes, permitir que ônibus parem fora do ponto ao anoitecer e intensificar a iluminação nas cidades.
As sugestões aprovadas serão anexadas a outros projetos assemelhados, já em tramitação na Câmara, em uma ata que será entregue na própria terça ao Colégio de Líderes.
Segundo Soraya, devem ser incorporados à ata projetos relacionados, também, a crimes cibernéticos, já que as imagens do estupro foram disseminadas nas redes sociais.
A comissão externa tem o poder de fazer projetos "pularem etapas" nas comissões temáticas e irem direto para votação em plenário, caso o presidente da Câmara concorde.
A deputada informou que os trabalhos da comissão estão sendo conduzidos com acompanhamento do Executivo, por meio da nova secretária de Políticas para Mulheres, Fátima Pelaes.