Câmara: segundo avaliação do governo, políticos capixabas ameaçariam entrar na Justiça contra pedágios previstos pelo edital no trecho da BR-262 no ES (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2013 às 17h23.
São Paulo - A bancada do Espírito Santo na Câmara defenderá, nesta terça-feira, 17, em uma reunião em Brasília (DF), o fatiamento da licitação de concessão da BR-262, entre o estado e Minas Gerais, e que a duplicação do trecho capixaba, de 180 quilômetros, seja feito pelo governo com o recurso de R$ 1,2 bilhão já previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A proposta ocorre após o fracasso do leilão de todo o trecho da rodovia, na última sexta-feira, 14, por falta de investidores interessados.
"Ainda há tempo para corrigir e a saída é o governo fazer o trecho inteiro capixaba com o dinheiro já anunciado no PAC e, depois, fazer um edital só para manutenção e administração da rodovia", disse o deputado federal Paulo Foletto (PSB), coordenador da bancada capixaba na Câmara.
"Os primeiros 50 quilômetros entre (os municípios capixabas de) Viana e Vitor Hugo, já tiveram a licitação homologada na semana passada para a duplicação", justificou.
Foletto refutou e discordou das afirmações do ministro Guido Mantega, da Fazenda, que, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que havia problemas "de ordem política" para que investidores se afastassem do leilão.
Segundo avaliação do governo, políticos capixabas ameaçariam entrar na Justiça contra os pedágios previstos pelo edital no trecho da BR-262 naquele estado. "Não vi ninguém fazendo afirmativa para o Mantega, até porque ele nunca esteve conosco. Debitar o insucesso na conta da bancada capixaba é colocar em Joaquim a culpa pelo que Manoel fez", disse.
Ainda de acordo com o parlamentar, nem mesmo nas reuniões dos deputados do Espírito Santo com os ministros Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e César Borges, dos Transportes, houve uma "ameaça enfática de judicialização" da proposta. "Nas reuniões ninguém foi enfático, por isso, essa posição (de acionar a Justiça) não passou na cabeça da bancada e não se consolidou", concluiu.