Romário disse que Valcke foi "mal educado" em suas críticas ao Brasil, mas que o secretário-geral da FIFA está "100% certo" em dizer que as obras da Copa estão atrasadas (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2012 às 16h31.
São Paulo – O presidente da comissão que analisa a Lei Geral da Copa, deputado Renan Filho (PMDB-AL) publicou hoje nota de repúdio aos comentários do secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, sobre a preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014.
Renan Filho classificou como “inconsequentes e deselegantes” as afirmações de Valcke. Ele disse ainda que o “linguajar chulo” utilizado pelo secretário da FIFA é incompatível com o cargo ocupado por ele.
“A maneira a qual o secretário-geral se referiu à preparação do Mundial em nosso país se mostrou insultuosa, descuidada e inapropriada”, escreveu o deputado. Segundo ele, nenhuma instituição pode ser considerada livre de críticas, mas o modo como Valcke falou do país é “inadmissível”.
Mal colocado
O ex-jogador de futebol Romário, deputado federal pelo PSB-RJ, também reagiu aos comentários de Valcke usando sua conta no microblog. Apesar de afirmar que o secretário-geral da FIFA foi “mal educado”, Romário reconheceu que “ele tem 100% de razão quando fala que o Brasil está atrasado”.
Romário escreveu ainda que, apesar das críticas terem fundamento, a FIFA não está acima da soberania do Brasil, e que continuará “brigando pela soberania” do país no Plenário.
Sem tropeços
Na última sexta-feira, Valcke voltou a fazer duras críticas ao modo como o Brasil está se preparando para a Copa. Ele comentou sobre os atrasos nas obras de estádios e aeroportos, e disse que, para ter um impulso nos trabalhos, o país precisaria de um “pontapé na bunda”.
No domingo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, escreveu uma série de mensagens no Twitter em resposta às críticas do secretário-geral. “Nós já somos a sexta maior economia do mundo, atraímos investimentos e não vamos tropeçar na Copa, por maior que seja o evento”, postou.
Sobre as obras nos estádios, Rebelo disse que a maioria está à frente do prazo, exceto “um ou outro caso”. O ministro falou ainda sobre a rede hoteleira, dizendo que o temor do setor não é a escassez de vagas, e sim o excesso de oferta.
“A Copa e as Olimpíadas devem ser encaradas pelo Brasil com altivez e humildade. Permitem testar nossas virtudes e potencialidades e reconhecer nossas deficiências, primeiro passo para superá-las. Não há mistério na organização desses eventos. Há muito e muito trabalho”, escreveu o ministro.